O
mundo foi pego de surpresa com a notícia da morte do cantor, compositor,
dançarino, ator e cineasta estadunidense Prince
em 21 de abril último. Até o momento em que este texto foi escrito, ainda não
era conhecida a causa exata da morte do artista, mas a polícia desconfiava que
poderia ter sido uma overdose de um analgésico muito forte. Após a autopsia, o
corpo foi cremado em uma cerimônia privada atendendo a um desejo que Prince
manifestou antes de morrer.
Prince
era um artista que conseguia mesclar estilos tão distintos quanto o Rock, Pop,
Funk, Disco, Rythm & Blues, Soul e New Wave, em um trabalho único e
original, tornando famoso o som de Minneapolis e arrebatando milhares de
seguidores. Além de cantor e compositor também era um exímio dançarino – não são
poucos aqueles que o consideram um dançarino melhor que o próprio Michael Jackson. Tudo isso fazia que
suas performances no palco fossem extraordinárias.
Como
todo grande artista, Prince era polêmico e sabia usar a polêmica a seu favor. Isso ia
desde o tema da sexualidade em seus trabalhos iniciais – auxiliado por sua
silhueta esbelta e sua aparência andrógina – até sua conversão para a religião Testemunhas de Jeová, passando pela
troca de nome sendo identificado com um símbolo impronunciável.
Tal
como o igualmente recém-falecido astro do Rock, o inglês David Bowie (veja aqui),
Prince também deu sua contribuição à Sétima Arte. E é em homenagem a esse
pequeno (tinha apenas 1,57 m) grande gênio da música que vamos, a seguir,
conhecer os seus filmes feitos para o cinema.
Purple Rain (1984)
Kid
(Prince) é um músico talentoso, mas problemático e com uma complicada vida
familiar. Ele conhece a cantora Apollonia (Apollonia
Kotero, de Paixão Satânica) com
quem inicia um turbulento romance. Seu principal antagonista é Morris (o cantor
Morris Day). Ao mesmo tempo em que
busca um lugar ao sol, Kid tenta não ter o mesmo destino de seu abusivo pai.
Além
de ter sido a estreia de Prince no cinema, também foi a estreia do diretor Albert Magnoli (de Tango & Cash – Os Vingadores), que também foi o autor do roteiro
juntamente com o músico. Apesar de não ser considerado excepcional, Purple Rain recebeu boas críticas e foi
um sucesso de bilheteria. Conquistou o Oscar
de Melhor Trilha Sonora além de dois prêmios Grammy, considerado o Oscar da música.
Veja
aqui o trailer oficial de Purple Rain
(original em inglês):
Sob o Luar da Primavera
(1986)
O
gigolô Christopher Tracy (Prince) e seu parceiro Tricky (o músico Jerome Benton) exploram ricas mulheres
francesas. A situação se complica quando Tracy se apaixona pela rica herdeira
Mary Sharon (Kristin Scott Thomas,
de O Paciente Inglês, em sua estreia
no cinema) a quem, inicialmente, também queria explorar. Porém, o pai de Mary
desaprova o romance e providencia um excelente adversário para Tracy.
Inicialmente,
o filme seria dirigido por Mary Lambert
(Cemitério Maldito). Mas,
divergências durante as filmagens fizeram com que ela desistisse do trabalho e
Prince assumiu a direção, fazendo, assim, sua estreia como diretor. Filmado em
preto e branco, o filme foi detonado pela crítica e foi um fracasso de
bilheteria. Não bastasse isso, foi ainda o grande vencedor do prêmio Framboesa de Ouro – também conhecido
como o “anti-Oscar” (veja aqui)
– com cinco “conquistas”: Pior Filme (empatado com Howard, o Super-Herói), Pior Diretor e Ator (ambos para Prince),
Pior Ator Coadjuvante (Jerome Benton) e Pior Canção (Love or Money). Ainda
recebeu indicações de Pior Roteiro, Pior Atriz Coadjuvante e Pior Nova Estrela
(ambos para Kristin Scott Thomas).
Se
o filme foi mal, a trilha sonora composta por Prince foi muito bem. O álbum Parade foi um sucesso e a música Kiss ficou em primeiro lugar nas
paradas de sucesso de todo o mundo.
Veja
aqui o trailer de Sob o Luar da
Primavera (original em inglês):
Sign o’ The Times
(1987)
Apesar
do fracasso de Sob o Luar da Primavera, Prince,
novamente, se aventurou na direção de um filme, desta vez um documentário. Sign o’ The Times registrou a longa turnê
que Prince fez na Europa, em 1987, para promover o álbum de mesmo nome com a
intenção de conquistar o mercado e o público do Velho Continente (até então, o
cantor fazia mais sucesso nos EUA).
Quando
foi lançado nos cinemas, tanto público quanto os críticos ignoraram o filme,
que logo saiu de cartaz. Entretanto, no ano seguinte, quando foi lançado em VHS
(o DVD ainda engatinhava), tornou-se extremamente popular e as críticas foram
revistas, com altos elogios à performance espetacular de Prince no palco. Sign o’ The Times é considerado, tanto
por críticos quanto por fãs, o melhor filme de Prince.
Veja
aqui a música-tema de Sign o’ The Times
(original em inglês):
Graffiti Bridge (1990)
Pela
terceira – e última - vez, Prince voltou a estar tanto à frente quanto atrás da
câmera de cinema neste filme que é considerado uma sequência não-oficial de Purple Rain. Em Graffiti Bridge, Kid (Prince) é, além de músico, proprietário de um
night club em parceria com Morris (Morris Day). Morris, força Kid a lhe dar uma
alta soma em dinheiro para pagar o prefeito e não perder o clube. Perdendo sua
clientela, Kid desafia Morris para um duelo musical e o vencedor fica com o
clube.
Mais
um fracasso de público e crítica, além de cinco indicações ao Framboesa de
Ouro: Pior filme; Pior Diretor, Ator e Roteiro (todos para Prince) e Pior Nova
Estrela (para a cantora Ingrid Chavez).
Mas, assim como em Sob o Luar da
Primavera, se o filme foi mal, a trilha sonora composta por Prince foi bem, com destaque para a
música Thieves in The Temple.
Veja
aqui o trailer oficial de Graffiti
Bridge (original em inglês):
Além
desses filmes, Prince também foi o autor das trilhas sonoras de Batman (1989, dirigido por Tim Burton, de Edward Mãos de Tesoura) e Garota
6 (1996, dirigido por Spike Lee, de Malcolm X) e ainda colaborou com uma canção para Happy Feet: o Pinguim (2006, dirigido por George Miller, da saga Mad Max).
Publicado no LinkedIn em 27/04/2016.
Publicado no LinkedIn em 27/04/2016.