quarta-feira, 27 de abril de 2016

O Legado de Prince no Cinema



O mundo foi pego de surpresa com a notícia da morte do cantor, compositor, dançarino, ator e cineasta estadunidense Prince em 21 de abril último. Até o momento em que este texto foi escrito, ainda não era conhecida a causa exata da morte do artista, mas a polícia desconfiava que poderia ter sido uma overdose de um analgésico muito forte. Após a autopsia, o corpo foi cremado em uma cerimônia privada atendendo a um desejo que Prince manifestou antes de morrer.
Prince era um artista que conseguia mesclar estilos tão distintos quanto o Rock, Pop, Funk, Disco, Rythm & Blues, Soul e New Wave, em um trabalho único e original, tornando famoso o som de Minneapolis e arrebatando milhares de seguidores. Além de cantor e compositor também era um exímio dançarino – não são poucos aqueles que o consideram um dançarino melhor que o próprio Michael Jackson. Tudo isso fazia que suas performances no palco fossem extraordinárias.
Como todo grande artista, Prince era polêmico e sabia usar a polêmica a seu favor. Isso ia desde o tema da sexualidade em seus trabalhos iniciais – auxiliado por sua silhueta esbelta e sua aparência andrógina – até sua conversão para a religião Testemunhas de Jeová, passando pela troca de nome sendo identificado com um símbolo impronunciável.
Tal como o igualmente recém-falecido astro do Rock, o inglês David Bowie (veja aqui), Prince também deu sua contribuição à Sétima Arte. E é em homenagem a esse pequeno (tinha apenas 1,57 m) grande gênio da música que vamos, a seguir, conhecer os seus filmes feitos para o cinema.

Purple Rain (1984)

Kid (Prince) é um músico talentoso, mas problemático e com uma complicada vida familiar. Ele conhece a cantora Apollonia (Apollonia Kotero, de Paixão Satânica) com quem inicia um turbulento romance. Seu principal antagonista é Morris (o cantor Morris Day). Ao mesmo tempo em que busca um lugar ao sol, Kid tenta não ter o mesmo destino de seu abusivo pai.
Além de ter sido a estreia de Prince no cinema, também foi a estreia do diretor Albert Magnoli (de Tango & Cash – Os Vingadores), que também foi o autor do roteiro juntamente com o músico. Apesar de não ser considerado excepcional, Purple Rain recebeu boas críticas e foi um sucesso de bilheteria. Conquistou o Oscar de Melhor Trilha Sonora além de dois prêmios Grammy, considerado o Oscar da música.

Veja aqui o trailer oficial de Purple Rain (original em inglês):


Sob o Luar da Primavera (1986)

 O gigolô Christopher Tracy (Prince) e seu parceiro Tricky (o músico Jerome Benton) exploram ricas mulheres francesas. A situação se complica quando Tracy se apaixona pela rica herdeira Mary Sharon (Kristin Scott Thomas, de O Paciente Inglês, em sua estreia no cinema) a quem, inicialmente, também queria explorar. Porém, o pai de Mary desaprova o romance e providencia um excelente adversário para Tracy.
Inicialmente, o filme seria dirigido por Mary Lambert (Cemitério Maldito). Mas, divergências durante as filmagens fizeram com que ela desistisse do trabalho e Prince assumiu a direção, fazendo, assim, sua estreia como diretor. Filmado em preto e branco, o filme foi detonado pela crítica e foi um fracasso de bilheteria. Não bastasse isso, foi ainda o grande vencedor do prêmio Framboesa de Ouro – também conhecido como o “anti-Oscar” (veja aqui)  – com cinco “conquistas”: Pior Filme (empatado com Howard, o Super-Herói), Pior Diretor e Ator (ambos para Prince), Pior Ator Coadjuvante (Jerome Benton) e Pior Canção (Love or Money). Ainda recebeu indicações de Pior Roteiro, Pior Atriz Coadjuvante e Pior Nova Estrela (ambos para Kristin Scott Thomas).
Se o filme foi mal, a trilha sonora composta por Prince foi muito bem. O álbum Parade foi um sucesso e a música Kiss ficou em primeiro lugar nas paradas de sucesso de todo o mundo.

Veja aqui o trailer de Sob o Luar da Primavera (original em inglês): 


Sign o’ The Times (1987)

 Apesar do fracasso de Sob o Luar da Primavera, Prince, novamente, se aventurou na direção de um filme, desta vez um documentário. Sign o’ The Times registrou a longa turnê que Prince fez na Europa, em 1987, para promover o álbum de mesmo nome com a intenção de conquistar o mercado e o público do Velho Continente (até então, o cantor fazia mais sucesso nos EUA).
Quando foi lançado nos cinemas, tanto público quanto os críticos ignoraram o filme, que logo saiu de cartaz. Entretanto, no ano seguinte, quando foi lançado em VHS (o DVD ainda engatinhava), tornou-se extremamente popular e as críticas foram revistas, com altos elogios à performance espetacular de Prince no palco. Sign o’ The Times é considerado, tanto por críticos quanto por fãs, o melhor filme de Prince.

Veja aqui a música-tema de Sign o’ The Times (original em inglês):


 Graffiti Bridge (1990)

Pela terceira – e última - vez, Prince voltou a estar tanto à frente quanto atrás da câmera de cinema neste filme que é considerado uma sequência não-oficial de Purple Rain. Em Graffiti Bridge, Kid (Prince) é, além de músico, proprietário de um night club em parceria com Morris (Morris Day). Morris, força Kid a lhe dar uma alta soma em dinheiro para pagar o prefeito e não perder o clube. Perdendo sua clientela, Kid desafia Morris para um duelo musical e o vencedor fica com o clube.
Mais um fracasso de público e crítica, além de cinco indicações ao Framboesa de Ouro: Pior filme; Pior Diretor, Ator e Roteiro (todos para Prince) e Pior Nova Estrela (para a cantora Ingrid Chavez). Mas, assim como em Sob o Luar da Primavera, se o filme foi mal, a trilha sonora composta por Prince foi bem, com destaque para a música Thieves in The Temple.  

Veja aqui o trailer oficial de Graffiti Bridge (original em inglês): 


Além desses filmes, Prince também foi o autor das trilhas sonoras de Batman (1989, dirigido por Tim Burton, de Edward Mãos de Tesoura) e Garota 6 (1996, dirigido por Spike Lee, de Malcolm X) e ainda colaborou com uma canção para Happy Feet: o Pinguim (2006, dirigido por George Miller, da saga Mad Max).

Publicado no LinkedIn em 27/04/2016.

domingo, 17 de abril de 2016

Dica de Cinema | Cinedebate As Sufragistas



Panorama do Cinema vem com mais uma Dica de Cinema, a nossa sugestão de bons filmes com bons preços. E a nossa dica de hoje vai para o Cinedebate As Sufragistas, que será realizada em São Paulo, capital.
Lançado em 2015, As Sufragistas é uma produção independente que conta a história das mulheres – a maioria de Classe Operária - que lutaram pelo direito de voto na Grã-Bretanha no início do século XX usando desde métodos pacifistas até os mais radicais. As Sufragistas foi, em geral, bem recebido pela crítica especializada e conquistou vários prêmios internacionais. A direção é da britânica Sarah Gavron (Brick Lane) e no elenco estão as atrizes inglesas Carey Mulligan (Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme) e Helena Bonham Carter (O Discurso do Rei) e a atriz estadunidense Meryl Streep (A Dama de Ferro).
O Cinedebate As Sufragistas é uma iniciativa do Coletivo Feminista-Classista Ana Montenegro, grupo voltado aos direitos das mulheres e ao Movimento Feminista. A exibição de As Sufragistas será realizada no dia 30 de abril, sábado, às 17 horas, no Sindicato dos Advogados de São Paulo (SASP) localizado na Rua da Abolição 167, próximo à Câmara Municipal e ao metrô Sé, centro, São Paulo-SP. A entrada é gratuita e, após a exibição do filme, haverá um debate.

Veja aqui o trailer oficial de As Sufragistas (Legendado – HD):


Publicado no LinkedIn em 17/04/2016.

Um Gato de Rua Chamado Bob | Divulgadas Mais Fotos do Filme




Dois meses depois da divulgação das primeiras fotos do filme e de bastidores do filme Um Gato de Rua Chamado Bob (veja aqui), baseado no Best Seller autobiográfico do ex-morador de rua e músico James Bowen, o site oficial do livro, juntamente com os estúdios Sony Pictures, divulgou mais fotos com cenas do filme.
Nas fotos podemos conferir os astros do filme: Luke Treadaway (Invencível), como James Bowen; Ruta Gedmintas (do seriado The Strain: Noite Absoluta e namorada de Luke na vida real), como Belle; e, claro, o gato Bob, como ele mesmo.
Tido como um ator perfeccionista, Luke Treadaway chegou a dormir na rua para sentir na pele o que é ser um sem-teto e, com isso, intensificar a sua atuação em Um Gato de Rua Chamado Bob. E tal como James, Luke também é músico - tem a sua própria banda de Rock – e esse dom ajudou muito nas cenas nas quais precisava cantar e tocar violão.
Com a direção do canadense naturalizado inglês Roger Spottiswoode (de Pare! Senão Mamãe Atira), e filmado inteiramente em Londres, Inglaterra, Um Gato de Rua Chamado Bob tem a sua estreia no Reino Unido prevista para o dia 4 de novembro. No Brasil ainda não há uma data de estreia definida.

Veja a seguir as novas fotos de Um Gato de Rua Chamado Bob: 












Publicado no LinkedIn em 17/04/2016.

Dica de Leitura | O Mundo na Visão de Michael Moore



Panorama do Cinema vem com mais uma Dica de Leitura, na qual indicamos livros, revistas ou artigos sobre cinema. E a nossa dica de hoje vai para o livro O Mundo na Visão de Michael Moore.
Desde a sua estreia no cinema, em 1989, com o documentário Roger & Eu, o ativista, cineasta e documentarista estadunidense Michael Moore vem se notabilizando como defensor das boas e grandes causas, a favor dos pobres e contra os ricos. Crítico ferino e mordaz do american way of life (modo de vida americano, em inglês) e dos políticos de direita (principalmente do Partido Republicano), Moore já foi chamado de antiamericano, panfletário, comunista, vagabundo, gordo nojento, polêmico e genial.
Até então com uma fama restrita aos EUA, o reconhecimento mundial veio em 2002, quando venceu o Oscar de Melhor Documentário com Tiros em Columbine, no qual denuncia o comércio de armas em seu país como uma coisa prostituída e que levou à tragédia da pequena cidade de Columbine, onde dois jovens armados promoveram um massacre em uma escola e, em seguida, suicidaram-se.
A consagração definitiva veio em 2004, quando conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes com Fahrenheit 9/11, o segundo documentário a conquistar esse prêmio (o primeiro foi Le Monde Du Silence, do oceanógrafo francês Jacques Cousteau e de seu compatriota, o cineasta Louis Malle, em 1956).
O filme denuncia as manipulações nas eleições presidenciais de 2000 nos EUA que foram vencidas por George W. Bush, as relações da família do presidente estadunidense com famílias influentes da Arábia Saudita, especialmente a família Bin Laden (a mesma do terrorista Osama Bin Laden) e os verdadeiros motivos das invasões do Afeganistão, em 2001, e do Iraque, em 2003.
Com o subtítulo de Um Autorretrato Não Autorizado nas Palavras do Próprio Cineasta (pois não teve a participação do mesmo em sua edição), O Mundo na Visão de Michael Moore é uma coletânea de frases sobre vários temas ditas por Moore entre 1989 e 2004 e que foram organizadas pelo jornalista Ken Lawrence, que também é o autor da introdução do livro. As frases estão subdivididas em assuntos tais como “Sobre o Presidente George W. Bush”, “Sobre os Estados Unidos”, “Sobre Tiros em Columbine”, etc.
Na introdução, Lawrence limitou-se a escrever uma breve biografia de Moore, sem acrescentar nenhum fato novo ou relevante. Poderia ter aproveitado o espaço e a oportunidade para escrever um estudo sobre o artista. Da mesma forma, as frases selecionadas poderiam ter tido mais observações além das informações de praxe sobre as datas, locais e veículos onde foram ditas e/ou publicadas.
Apesar destes furos, O Mundo na Visão de Michael Moore serve como uma excelente introdução tanto aos filmes do documentarista quanto aos livros que ele escreveu tais como Stupid White Man – Uma Nação de Idiotas; Cara, Cadê Meu País?; e Adoro Problemas - todos publicados no Brasil. A leitura é fácil, agradável e rápida, sendo que as letras grandes e o tamanho do livro (122 páginas) ajudam nisso.
Publicado pela Editora Best Seller (que pertence ao Grupo Editorial Record) em 2005, O Mundo na Visão de Michael Moore encontra-se, infelizmente, esgotado. Porém, é possível ainda encontrá-lo em sebos físicos e/ou virtuais. Como o preço varia de um lugar ao outro, recomenda-se fazer uma boa pesquisa antes de comprar.
Enquanto isso, Michael Moore não sossega. Além de ter lançado seu mais recente filme, Where to Invade Next (ver o trailer abaixo), também anunciou publicamente o seu apoio ao pré-candidato Socialista do Partido Democrata, Bernie Sanders, à presidência dos EUA nas eleições que irão ocorrer em 8 de novembro deste ano (veja aqui). Tudo em nome dos pobres, fracos e oprimidos.

FICHA TÉCNICA
·      Título: O Mundo na Visão de Michael Moore – Um Autorretrato Não Autorizado nas Palavras do Próprio Cineasta
·         Autor: Lawrence, Ken (organização)
·         Assunto: Cinema, Política, Sociologia
·         Idioma: Português
·         Ano: 2005
·         Editora: Best Seller
·         Edição: 1
·         Nº de páginas: 122
·         Status: esgotado
·         Preço: variável (sebos físicos e virtuais)

COTAÇÃO
Bom.

Veja aqui o trailer oficial do mais recente filme de Michael Moore Where to Invade Next (original em inglês - HD):


Publicado no LinkedIn em 17/04/2016.