terça-feira, 26 de novembro de 2019

Cinema Francês | Os lançamentos dos novos filmes de Daniel Auteuil, Costa-Gavras e do polêmico Roman Polanski


Ouça o podcast desta matéria nas plataformas Anchor, Deezer, Google Podcasts, Spotify, Castbox e Spreaker.

O final de ano é uma época que os estúdios de cinema escolhem estrategicamente para fazer o lançamento de suas grandes produções aproveitando as festas que ocorrem nesse período. Um exemplo é o nono episódio da saga Star Wars, que promete encerrar a história do clã Skywalker.

Porém, isso não ocorre apenas com o principais estúdios dos EUA, mas em outros países também. Se atravessarmos o oceano atlântico em direção a Europa, mais especificamente ao berço do cinema, a França, veremos os lançamentos de três filmes que prometem serem sucessos de crítica e público.


La Belle Époque


O primeiro lançamento é Lá Belle Époque (A Bela Época, em francês), dirigido por Nicolas Bedos (Amor e Turbulência) e estrelado por aquele que é considerado uma lenda viva entre os intérpretes franceses, Daniel Auteuil. No Brasil, ele é mais conhecido pelo filme Rainha Margot, no qual interpretou o rei Henrique de Navarre e, mais recentemente, por O Orgulho, no papel do insuportável professor Pierre Mazard. 

Exibido fora de competição no último Festival de Cannes - algo raro para uma comédia - La Belle Époque parte da seguinte premissa: E se você pudesse reviver uma bela época da sua vida?

La Belle Époque é uma comédia com tons de drama que conta a história de um homem cujo casamento está em crise e que pretende reconquistar o amor da esposa. Para isso, aceita participar de uma experiência em que, por meio de uma encenação, irá reconstituir um encontro que ocorreu na década de 1970. Essa experiência mudará completamente a vida do casal.


Veja o trailer oficial de La Belle Époque (legendado - HD):




Adults in The Room


Em 2015, durante uma entrevista para o canal de notícias Euronews, o cineasta greco-francês Constantin Costa-Gavras (Desaparecido: Um Grande Mistério) disse que ainda não sabia se o então primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, da coligação de esquerda Syriza poderia ser personagem de um filme seu.

Quatro anos depois, a dúvida foi tirada: Alexis Tsipras aparece como personagem do mais novo filme de Costa-Gavras, Adults in The Room, que, em inglês, significa, literalmente, "Adultos na Sala". Ainda não há um título oficial no Brasil, mas em Portugal irá chamar-se "Comportem-se como Adultos".

Adults in The Room mostra a situação da Grécia em 2015: a economia está um caos total e o país está prestes a falir. A União Europeia (UE) por meio da infame Troika (grupo formado pela comissão europeia, banco central europeu e o famigerado FMI), impõe uma duríssima política de austeridade aos gregos.

Porém, o recém-eleito governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras (interpretado por Alexandros Bourdoumis, de O Thisavros) rebela-se contra essa política e parte para negociações tensas com a Troika. A frente dessas mesmas negociações, está o ministro das finanças Yanis Varoufakis (Christos Loulis, de Love me Not).

Aos 86 anos, Costa-Gavras continua muito ativo e com a mesma disposição para a luta política. E também continua sem papas na língua ao criticar tanto o capitalismo quanto a esquerda europeia. Segundo o diretor:

"A esquerda, os esquerdistas europeus, falharam em todos os lados. Portanto, temos de ver do que falamos quando nos referimos à esquerda. O que é a esquerda? Para mim, a esquerda não são os homens, são duas ou três ideias essenciais numa sociedade, é uma filosofia de vida. Depois, esta filosofia foi confiada a certos políticos que falharam".


Veja aqui o trailer oficial de Adults in The Room (legendas em português europeu - HD):



J ' Accuse


Por fim, temos o mais recente filme de Roman Polanski (O Pianista), J' Accuse (Eu Acuso, em francês), que conta a história verídica do capitão Albert Dreyfus (1859-1935), acusado falsamente de alta traição, é expulso do exército francês de forma humilhante e passa a sofrer perseguições antisemitas (ele era de família judaica) e xenofóbicas. O título do filme refere-se a um artigo do jornal L' Aurore (A Aurora)  o qual defende Dreyfus e de autoria do grande escritor Émile Zola (1840-1902).

J' Accuse teve sua première mundial no último Festival de Veneza, onde conquistou o Grande Prêmio do Júri. Porém, não escapou de polêmica devido ao passado do diretor, com escândalos sexuais que vão desde relações com uma menina de 13 anos - que fez com que fugisse dos EUA, para onde nunca mais voltou - até uma recente acusação de estupro. 

A presidente do júri do Festival de Veneza, a cineasta argentina Lucrecia Martel, não economizou críticas ao seu colega de profissão:

"Eu não separo o homem da obra. O mais interessantes nestes trabalhos é ver transparecer a pessoa que está por detrás. E, como podem imaginar, a presença de Polanski aqui, com todo o seu passado, é muito desconfortável para mim".

Roman Polanski, na verdade, não esteve em Veneza. De alguns anos para cá, ele está a torna-se um recluso, raramente aparece em público e , quando o faz, é alvo de protestos como, por exemplo, do grupo feminista Femem, que manifesta-se sempre que o diretor vai a algum evento. Na pré-estréia de J' Accuse em Paris, houve mais uma manifestação contra Polanski (veja aqui). 

Devido a essas manifestações, a esposa de Polanski, a atriz e cantora francesa Emmanuelle Seigner (Busca Frenética) o substitui nos eventos. Emmanuelle comentou a mais nova polêmica contra seu marido e sua relação com J' Accuse:

"Para mim, é difícil falar pelo Roman. O que posso dizer é que o sentimento de perseguição patente no filme é algo que ele conhece bem. Basta olhar para a sua vida".

Quanto a mim, posso dizer que a vida de Roman Polanski daria um filme. E dos bons!


Veja o trailer oficial de J ' Accuse (legendado - HD):



La Belle Époque, Adults in The Room e J' Accuse vão estreiar nas telas europeias entre o final de novembro e primeira quinzena de dezembro. Ainda não há uma data prevista para estreiarem no Brasil.


quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Crítica: Um Dia de Chuva em Nova York | Mais do mesmo, mas sempre romântico


Ouça o Podcast  desta crítica nas plataformas SpotifyGoogle PodcastsAnchor, Podcast AddictSpreaker e Castbox.

O lançamento de um filme de Woody Allen é sempre um grande acontecimento para entusiastas do cinema do mundo inteiro, ainda mais com as polêmicas que o grande cineasta tem vivido em sua vida pessoal a ponto de atingir seu trabalho como neste seu mais filme, Um Dia de Chuva em Nova York.

Gatsby (Timothée Chalamet, de Querido Menino) é um jovem universitário que só está na universidade por causa de sua namorada, Ashleigh (Elle Fanning, da franquia Malévola), que estuda jornalismo. Ashleigh diz a Gatsby que conseguiu marcar uma entrevista com o cineasta Roland Pollard (Liev Schreiber, de A Profecia), que está em Nova York. Gatsby aproveita a ocasião para ir junto com a namorada, para passar um fim-de-semana romântico.

Após chegarem em Nova York, Ashleigh vai entrevistar Pollard, que a convida para assistir uma prévia de seu novo filme junto a seu empresário, Ted Davidoff (Jude Law, de Inteligência Artificial), o que desagrada Gatsby. Enquanto aguarda a volta de Ashleigh, Gatsby vai dar uma volta pelas redondezas e encontra um antigo colega que está fazendo um filme, precisa de um figurante para uma cena de beijo e convida Gatsby para fazer a cena e ele aceita.

Ao ir fazer a cena, descobre que a atriz com quem vai atuar é Shannon (a cantora Selena Gomez, da franquia Hotel Transilvânia), a irmã mais nova de uma ex-namorada sua. Após as filmagens, decidem sair juntos. Enquanto isso, após um sumiço de Pollard, Ashleigh envolve-se com o ator espanhol Francisco Vega (Diego Luna, de Rough One. Veja a crítica aqui).

Um Dia de Chuva em Nova York estava a ser produzido normalmente quando surgiu o  movimento #MeeToo, que denunciava casos de assédio sexual na indústria do cinema. Aproveitando a onda, a ex-companheira de Allen, a atriz Mia Farrow (Terror Cego), trouxe novamente a tona uma antiga acusação de abuso sexual contra o cineasta com a filha, Dylan.

Embora tivesse sido inocentado em um inquérito anterior, a volta dessa acusação trouxe repercussões negativas. Timothée Chalamet e Selena Gomez doaram o pagamento que receberam pelo filme para a caridade. A Amazon Studios, produtora do filme, apavorada com a polêmica, suspendeu o lançamento do filme por mais de um ano. Allen entrou com processo na justiça por quebra de contrato. As partes acabaram por entrar em acordo e Um Dia de Chuva em Nova York foi liberado para lançamento: primeiro na Europa, depois América do Sul, Ásia e, finalmente, os EUA. 

Mas em que toda essa confusão afetou Um Dia de Chuva em Nova York em si? A verdade é: em nada. Mas, tanto agora como futuramente, será impossível falar desse filme sem referir-se a toda essa turbulência.

Quando assiste-se Um Dia de Chuva em Nova York, a impressão que fica é de mais do mesmo, com ideias usadas anteriormente, o que pode frustrar os espectadores depois de criada uma expectativa tão grande. Porém, ainda é um filme de Woody Allen, o que já é uma garantia de uma produção acima da média.

Woody continua com seu estilo seguro de dirigir, mantendo a plateia atenta em todos os passos do casal de namorados separados por força das circunstâncias. E, em uma coisa o diretor continua insuperável: mesmo em um cenário chuvoso, ninguém mostra a cidade de Nova York de modo tão bonito quanto ele. Nisso é ajudado pela bela fotografia de seu velho amigo e colaborador Vittorio Storaro.

O elenco masculino, seja o badalado Timothée Chalamet e os coadjuvantes de luxo Jude Law, Diego Luna e Liev Schreiber estão corretos em seus papéis, mas a impressão que me deram foi que eles não sacaram bem o senso de humor alleniano e, por vezes, pareciam deslocados e até desengonçados.

Em contrapartida, as atrizes estão muito bem. Selena Gomez, com sua eterna cara de adolescente bonitinha e bochechuda, surpreendeu-me agradavelmente com uma atuação natural e com boa desenvoltura. Mas o grande destaque é, sem dúvida, Elle Fanning. Ao contrário dos atores, a irmã mais nova de Dakota Fanning (de Tudo o Que Eu Quero. Veja a crítica aqui) sacou e muito bem o senso de humor de Woody Allen. Sua interpretação de moça provinciana, ingênua e bobinha deslumbrada com o glamour das produções cinematográficas faz lembrar os melhores momentos de outras musas de Allen como Diane Keaton (Clube das Desquitadas) e até mesmo de Mia Farrow, quando ambos estavam de boa.

Um Dia de Chuva em Nova York é um Woody Allen menor, mas vai agradar ao público em geral principalmente pelo seu romantismo, um sentimento que Woody sabe passar como poucos. Agora é aguardar o lançamento de seu próximo filme, Rifkin's Festival (ainda sem título em português), que já está pronto e com lançamento previsto para maio de 2020. Esperemos que esta produção tenha um lançamento mais tranquilo...

FICHA TÉCNICA
  • Título Original: A Rainy Day in New York
  • Direção: Woody Allen
  • Elenco: Timothée Chalamet (Gatsby Welles), Selena Gomez (Shannon), Elle Fanning  (Ashleigh Enright), Jude Law (Ted Davidoff), Diego Luna (Francisco Vega), Liev Schreiber (Roland Pollard)
  • RoteiroWoody Allen
  • Fotografia: Vittorio Storaro
  • Duração: 92 minutos
  • Ano: 2018
  • Lançamento comercial no Brasil: 21/11/2019

          RESUMO DO FILME

Gatsby decide passar o fim-de-semana romântico em Nova York com sua namorada, Ashleigh. Porém, o passeio vai para uma direção bem diferente do planejado.
 
COTAÇÃO
✪✪✪½

Veja aqui o trailer oficial de Um Dia Chuvoso em Nova York (legendado - HD):


Publicado no AdoroCinema em 21/11/2019.


#ForaBolsonaro

#BolsonaroOut

sábado, 9 de novembro de 2019

Em breve, Panorama do Cinema Podcast


Prezadas amigas e prezados amigos de Panorama do Cinema: conforme havíamos dito anteriormente, este espaço entra em uma nova fase, o que inclui, muito brevemente, seu programa de podcast que também terá o nome de Panorama do Cinema.

Abaixo, há o link do episódio 0 (zero) de nosso podcast do na plataforma Spotify. Espero que gostem, mas, caso queiram, enviem seus elogios, críticas e sugestões para  o e-mail panoramadocinema@gmail.com. 

Episódio 0 de nosso podcast no Spotify

Abaixo, nossos canais de podcasts nas plataformas:


E, agora, uma champanhe para comemorar:





#ForaBolsonaro



#BolsonaroOut



quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Crítica: Cadê Você, Bernadette? | Irregular, mas agradável


Além de ganharem salários inferiores aos dos homens mesmo fazendo o mesmo trabalho, as mulheres, não raro, sacrificam suas carreiras profissionais para cuidarem da casa, dos filhos e maridos. Este problema antigo, mas atual, é a premissa da qual parte Cadê Você, Bernadette?

Bernadette Fox (Cate Blanchett, de Não Estou ) é esposa de Elgin Branch (Billy Crudup, de Alien: Covenant) e mãe de Bee (a estreante Emma Nelson) sendo muito dedicada e amorosa com ambos. Porém, as pressões da vida doméstica, a falta de atenção de Elgin por estar sempre trabalhando somada à desconfiança que a nova secretária do marido (Zoë Chao, da série Cara x Cara) esteja dando em cima dele, fazem com que Bernadette fique cada vez mais ansiosa e neurótica, o que a leva, sem que saiba ou desconfie, a se envolver com o crime organizado.

Ao se reencontrar com um velho amigo e colega de profissão, Paul Jellinek (Laurence Fishburne de Batman vs Superman), Bernadette desabafa todas as suas dificuldades e frustrações. Após ouvi-la pacientemente, Paul chega a conclusão que Bernadette sente falta de sua antiga profissão de arquiteta e do estímulo criativo que a arquitetura dava-lhe.

Ao voltar para casa, Bernadette encontra Elgin acompanhado de uma psicóloga (Judy Greer, da franquia Homem-Formiga) e um agente do FBI (James Urbaniak, da série Os Irmãos Aventura). Elgin diz a esposa que ela não está mentalmente bem e que pretende interna-la em uma instituição. 

Bernadette foge e toma uma decisão inusitada para mudar sua vida. Ao fazer uma pesquisa na internet, Bee acha um vídeo sobre Bernadette e descobre um lado de sua mãe que desconhecia completamente.

Cadê Você, Bernadette? é uma adaptação do Best Seller de mesmo nome da escritora Maria Semple (no Brasil, foi publicado pela editora Companhia das Letras) com roteiro feito pelo diretor Richard Linklater (Escola de Rock) e pelo casal Holy Gent e Vincent Palmo Jr. (Eu e Orson Welles).

Ao assistir Cadê Você, Bernadette?, a impressão que tive foi que a história tinha sido criada por Woody Allen (Roda Gigante. Veja a crítica aqui) ao invés de Maria Semple, pois a personagem-título é uma neurótica no melhor estilo "alleniano" com a diferença que a cidade onde passa-se a maior parte da trama é Seattle (que Bernadette, que antes vivia em Los Angeles, odeia) ao invés de Nova York (que Allen, novaiorquino da gema, ama), reforçado pelo senso de humor inteligente associado aos diálogos rápidos.

Mas não é sempre que a fórmula funciona. Deu para perceber que às vezes, as piadas ficavam meio que no ar, com as pessoas sem saberem se riam ou não.

Após o ousado Boyhood (2014), o autodidata e talentosíssimo cineasta Richard Linklater parece ter escolhido fazer trabalhos mais "lights" como o bom, suave e delicado A Melhor Escolha (2017) e, agora, Cadê Você, Bernadette? Mas, neste último, não acertou bem a mão, devido, tal como disse antes, a uma fórmula humorística usada de forma irregular. 

Porém, o seu trabalho de direção em si, é bom, principalmente na direção do elenco no qual destaca-se a estrela do filme, Cate Blanchett.

A vencedora do Oscar de melhor atriz em 2014 por Blue Jasmine (dirigido por - adivinhou - Woody Allen) está esplendorosa no papel e é graças principalmente a ela que Cadê Você, Bernadette? não será uma comédia a cair no ostracismo, pois, com sua atuação, não só dá credibilidade a sua personagem como também, através dela, consegue mostrar o sacrifício que muitas mulheres fazem pela família, a frustração e tristeza que isso traz apesar do amor que sente, mas também mostra que não precisa ser eternamente assim e que qualquer mulher pode realizar-se tanto no campo familiar como no profissional.

Em contrapartida está Billy Crudup. Cadê Você, Bernadette? é o primeiro filme que vejo com ele. Billy tem fama de bom ator, mas aqui, está insosso, quase inexpressivo. Estranho que Linklater, que costuma trabalhar bem com seu elenco, não tenha conseguido tirar uma melhor atuação do ator.

Em compensação, a jovem estreante em longa metragens (seu primeiro trabalho foi em um curta), Emma Nelson, causou-me muito boa impressão no papel de Bee, a filha adolescente e amorosa de Bernadette e Elgin. Emma atua com muita naturalidade e desenvoltura e, a continuar assim, promete seguir uma boa carreira nas telas.

O elenco restante de Cadê Você, Bernadette? não compromete. Judy Greer e James Urbaniak estão corretos em seus papéis. Zoë Chao tenta dar o tom humorístico a sua personagem, mas sofre com os problemas de humor irregular da fita. 

Há também os coadjuvantes de luxo. O primeiro é Steve Zahn (The Wonders - O Sonho Não Acabou), no papel de David Walker, um antigo colega de Bernadette que aparece no documentário sobre ela. Eu diria que a participação de Steve acabou por ser um desperdício de talento, de tão pouco que ele aparece. Poderiam ter dado chance a um ator novo para mostrar serviço.

O outro coadjuvante de luxo é Laurence Fishburne. Seu papel como Paul Jellinek é só um pouco maior que o de Steve, mas mostra-se fundamental para a trama e Laurence atua com a competência de sempre. Aliás esse é seu segundo trabalho com o diretor Linklater (o primeiro foi A Melhor Escolha). A julgar pelos bons resultados, é possível que trabalhem juntos mais vezes.

Na parte técnica, a fotografia de Shane F. Kelly (O Homem Duplo), costumeiro colaborador de Linklater, é bonita tanto ao mostrar a chuvosa Seattle, quanto a fria Groelândia. Já a trilha sonora feita a quatro mãos pela dupla Graham Reynolds (Bernie: Quase Um Anjo) - outro velho colaborador do cineasta - e Sam Lipman (Texas Cotton), e fraca, sem nenhum tema que grude na memória. O destaque musical acaba por ser a canção Time After Time, da cantora Cindy Lauper, que também tem importância na história.

Cadê Você, Bernadette? é um Linklater menor e, apesar de suas irregularidades, é filme agradável de se ver e que não deixa ninguém entediado. Vale principalmente pela atuação de Cate Blanchett - eu não acharia estranho se ela recebesse uma indicação ao Oscar.

Para terminar, segue o refrão de Time After Time, que diz muito sobre Bernadette e todas as mulheres em situação semelhante (em tradução livre):

If you're lost you can look 
Se você está perdido pode procurar
And you will find me
E irá encontrar-me
Time After Time
Hora após hora
If you fall I will catch you
Se você cai eu irei te segurar
I'll be waiting
Eu estarei esperando
Time After Time
Hora após hora

Time After Time
Hora após hora


FICHA TÉCNICA
  • Título Original: Where'd You Go, Bernadette?
  • Direção: Richard Linklater
  • Elenco: Cate Banchett (Bernadette Fox), Billy Crudup (Elgin Branch), Emma Nelson (Bee Brunch), Kristen Wiig (Audrey Griffin), Laurence Fishburne (Paul Jellinek), Steve Zahn (David Walker), Zoë Chao (Soo-Lin Lee-Segal), Judy Greer (Dra. Kurtz), James Urbaniak (agente Strang)
  • RoteiroRichard Linklater, Holly Gent, Vincent Palmo Jr., baseado no romance de Maria Semple
  • Música: Graham Reynolds, Sam Lipman
  • Fotografia: Shane F. Kelly
  • Duração: 109 minutos
  • Ano: 2019
  • Lançamento comercial no Brasil: 07/11/2019

RESUMO DO FILME
Para dedicar-se à sua família, Bernadette sacrifica uma brilhante carreira na arquitetura.  Porém, essa escolha vai levá-la a uma neurose e a uma decisão inusitada.

COTAÇÃO
✪✪✪

Veja aqui o trailer oficial de Cadê Você, Bernadette? (legendado - HD):



Veja aquí o vídeo oficial da canção Time After Time, de Cindy Lauper (original em inglês):





Publicado no Adoro Cinema em 07/11/2019.


#ForaBolsonaro

#BolsonaroOut