O estadunidense Ernest Hemingway foi um dos maiores escritores de seu país em todos os tempos. Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1954, teve várias de suas obras adaptadas em filmes para o cinema e a TV tais como Adeus Às Armas, Por Quem Os Sinos Dobram e O Velho e O Mar.
Hemingway teve uma vida muito agitada. Esteve na I e II Guerra Mundial, na Guerra Civil Espanhola e, além dos EUA, viveu em Toronto, no Canadá; em Paris, França (onde conheceu os escritores James Joyce, Gertrude Stein e Ezra Pound; além dos artistas plásticos Pablo Picasso, Joan Miró e Juan Gris); e, entre 1939 e 1960, viveu em Cuba. E é sobre este período de sua vida que trata o filme Papa: Hemingway in Cuba.
Papa: Hemingway in Cuba conta a história de um repórter (o estadunidense Giovanni Ribisi, de Avatar) que vai até Cuba para encontrar o escritor e ídolo Ernest Hemingway (o inglês Adrian Sparks, de Sobrenatural: A Origem), que vive na ilha caribenha com sua esposa, Mary (a inglesa Joely Richardson, de Maggie: A Transformação) no período que antecede a Revolução Comunista liderada por Fidel Castro e logo após do triunfo de movimento.
Este é o segundo filme dirigido pelo produtor iraniano naturalizado estadunidense, Bob Yari (de Crash: No Limite), que disse sobre Papa: Hemingway in Cuba:
“O filme conta a histórica verídica de um jovem repórter amigo de Mary e Ernest Hemingway que convive com o escritor e que se torna quase como um filho, nos últimos dois anos em que Hemingway viveu em Cuba. Através do olhar desse jovem repórter, podemos ver um lado privado e pessoal do escritor que ele não deixava que o público conhecesse”.
Papa: Hemingway in Cuba é uma co-produção entre EUA e Canadá e a primeira produção hollywoodiana feita na Ilha Comunista desde 1959. As filmagens da película ocorreram entre 2013 e 2014, antes mesmo do presidente dos EUA, Barak Obama, e de Cuba, Raúl Castro, anunciarem oficialmente a retomada das relações diplomáticas entre as duas nações.
Durante o período de produção e filmagem, Yari viu de perto a indústria cinematográfica cubana e sua atual infraestrutura, sobre as quais, aliás, Panorama do Cinema já havia chamado a atenção do público leitor em sua Dica de Leitura (veja aqui):
“A falta de infraestruturas e de equipamentos foi um grande desafio. Um dos aspetos interessantes foi perceber que a ética de trabalho dos cubanos é diferente da dos norte-americanos. Nas nossas produções trabalha-se entre 14 e 16 horas por dia. Os técnicos cubanos são pessoas talentosas e apaixonadas pelo cinema mas estão habituados a trabalhar de forma mais lenta”, contou o diretor e produtor.
Como não poderia deixar de ser em se tratando de dois assuntos tão polêmicos - Cuba e Hemingway - a recepção a Papa: Hemingway in Cuba dividiu as opiniões: a crítica especializada estadunidense não recebeu bem o filme, mas o público, em geral, gostou. E, além disso, essa produção conquistou o Prêmio do Júri no Festival de Key West, na Flórida, EUA (um dos locais no qual Hemingway morou), em 2015, e no Festival de Sonoma, na Califórnia, também nos EUA, neste ano.
Papa: Hemingway in Cuba teve seu lançamento oficial em 19/11/2015 no Festival de Key West, e, cerca de um mês depois, no Festival de Havana, Cuba. Seu lançamento comercial foi em 29 de abril deste ano, nos EUA. Ainda não há uma data prevista para o seu lançamento no Brasil.
Veja aqui o trailer oficial de Papa: Hemingway in Cuba (original em inglês - HD):
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