quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Crítica - Jumanji: Bem-Vindo à Selva | Um vídeo game ao ritmo de Guns 'n'Roses


É sabido que livros, sejam clássicos da literatura ou best-sellers, são uma fonte inesgotável para filmes do cinema. Podemos citar como exemplo dois grandes sucessos que foram adaptados de livros: o clássico ...E o Vento Levou (1939), do romance de autoria de Margaret Mitchell (1900-1949); e, mais recentemente, Entrevista Com o Vampiro (1994), de Anne Rice. No Brasil, pode-se citar Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), da obra do grande Jorge Amado (1912-2001); e O Xangô de Baker Street (2001), do livro do Entertainer Jô Soares.

Assim como a literatura adulta, a literatura infanto-juvenil também é uma grande fonte para os estúdios de cinema, principalmente para desenhos animados, mas também para filmes "live action". Como exemplos podemos citar os filmes brasileiros O Saci (1951), baseado na obra homônima de Monteiro Lobato (1882-1948); e O Escaravelho do Diabo (2016), da escritora Lúcia Machado de Almeida (1910-2005). Já entre os estrangeiros, há A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971, que teve um remake em 2005 feito por Tim Burton), do autor britânico Roald Dahl (1916-1990); A História Sem Fim (1984), do alemão Michael Ende (1929-1995); e Jumanji (1995), do estadunidense Chris Van Allsburg, que é a obra literária na qual esta obra cinematográfica se baseia.

Um homem encontra na praia o jogo Jumanji e o dá de presente para seu filho adolescente, que acha jogos de tabuleiros chatos, pois gosta mesmo é de vídeo games. De repente, aparece um cartucho de vídeo game também chamado Jumanji. O garoto coloca o cartucho no console e algo incrível acontece.

Vinte anos depois, quatro adolescentes chamados Spencer (Alex Wolff, de O Dia do Atentando), Fridge (Ser'Darius Blain, de Além da Escuridão - Star Trek), Bethany (Madison Iseman, da série de TV Harry Danger) e Martha (Morgan Turner, de Sem Fôlego) cumprem castigo escolar por delitos diversos limpando uma velha sala de sua escola. 

Durante a limpeza, encontram um velho vídeo game chamado Jumanji e decidem jogar. Cada um escolhe o seu personagem e quando o jogo se inicia, todos são transportados para dentro do video game assumindo a aparência dos personagens que escolheram: Spencer torna-se o Dr. Smolder Bravestone (Dwayne Johnson, de O Escorpião Rei), Fridge torna-se Moose Fibar (Kevin Hart, de Policial em Apuros), Bethany torna-se o Professor Shelly Oberon (Jack Black, de Escola de Rock) e Marta torna-se Ruby Roundhouse (a escocesa Karen Gillan, da franquia Guardiões da Galáxia).

Ao assumirem as aparências de seus personagens, também assumem as suas habilidades, que devem usá-las para chegarem ao final do jogo e voltarem para casa. Mas, para isso, correrão muitos perigos.

A primeira adaptação de Jumanji, lançada em 1995, dirigida por Joe Johnston (de Capitão América, o Primeiro Vingador) e estrelada por Robin Williams (O Homem Bicentenário) foi recebido com frieza pela crítica, mas foi sucesso de bilheteria, gerou uma série de desenho animado que durou três temporadas e muitos achavam que logo viria uma sequência. De fato, ela veio, mas levou muito mais tempo do que se imaginava e, até o momento em que esse texto foi escrito, por motivos não muito claros.

Mas a espera valeu a pena. Jumanji: Bem-Vindo à Selva surpreendeu a crítica que, desta vez, fez elogios calorosos, o público novamente correspondeu, e se tornou o sucesso-surpresa da temporada. Um dos motivos é por ser uma sequência que pode ser vista sem ter obrigatoriamente ter visto o primeiro filme embora haja uma menção que liga um ao outro e que, ao mesmo tempo homenageia o falecido e saudoso Robin Williams.

O ritmo do filme é ótimo, não dando nenhuma chance para a monotonia. É mesmo um clima de vídeo game com fases (uma mais difícil que a outra), personagens com poderes e/ou habilidades  próprias ajudando-se uns aos outros e "vidas" de cada um desses mesmos personagens que devem ser preservadas para poder chegar ao final do jogo. 

Aliás, quando os personagens perdem a "vida"e ganham outra, são das cenas mais engraçadas do filme. Mas, os pais não precisam se preocupar, pois as cenas de violência são como as de um desenho animado - e, no caso de Jumanji, de vídeo game.

Filho do também diretor Lawrence Kasdan (Silverado), Jake Kasdan (A Vida é Dura: A História de Dewey Cox) é um diretor competente e, em Jumanji: Bem-Vindo à Selva, recupera-se de seus dois filmes anteriores que foram mal tanto de público quanto de crítica: Professora Sem Classe (2011) e Sex Tape: Perdido na Nuvem (2014). Aqui, mostra sua competência tanto na direção de atores quanto nas cenas de ação e humor, bem mescladas e movimentadas.

Dwayne Johnson mostra a cada filme que faz que não é apenas um cara musculoso, mas também um bom ator! Sabe ser dinâmico, convincente e engraçado, o que o põe em um patamar acima dos outros astros de filmes de ação.

Jack Black confirma ser um dos melhores comediantes da atualidade, e também muito simpático. O seu personagem, Shelly Oberon, é muito bem montado, com trejeitos afeminados que parecem gays, mas que, na verdade, são de uma garota namoradeira dentro de um corpo masculino e, que ainda assim, atingem um vasto público de gêneros diferentes.

Em contrapartida, não gostei do personagem de Kevin Hart: presunçoso, reclamão, antipático e com pouca graça. Não é propriamente culpa de Kevin e, sim, mais dos roteiristas que o criaram.

Karen Gillan é bonita, boa atriz e igualmente tem um personagem bem construído: o da menina tímida que vai se soltando aos poucos, tanto que tem algumas das melhores cenas de luta do filme.

O elenco adolescente (Alex Woff, Ser'Darius Blain, Madison Iseman e Morgan Turner) é igualmente simpático e bem escolhido. Embora sejam de personalidades clichês - o nerd, o atleta, a gostosa, a envergonhada - são também bem interpretados. Já o cantor Nick Jonas (do grupo Jonas Brothers) é meio "sem sal". Poderiam ter escolhido alguém melhor.

Com exceção dos personagens de Kevin e Nick, o roteiro escrito a oito mãos por Chris McKeena (Homem-Aranha: De Volta ao Lar), Scott Rosemberg (Canguru Jack), Jeff Pinkner (A Torre Negra) e Erik Sommers (série American Dad), consegue ser fiel ao do primeiro filme e até o supera.

A trilha sonora de Henry Jackman (Kong: A Ilha da Caveira), que substituiu de última hora a James Newton Howard (franquia Jogos Vorazes), consegue dar o clima "de selva" ao filme, que foi quase todo feito no Havaí e cujas lindas paisagens foram muito bem fotografadas por Gyula Pados (franquia Maze Runner).

Jumanji: Bem-Vindo à Selva é uma agradável surpresa, tendo se tornado a segunda maior bilheteria do ano (perdendo apenas para Star Wars: Os Últimos Jedi) com toda a justiça. Quem for assistir não vai se arrepender e se divertirá muito. E como diz a letra a música da banda de Hard Rock Guns 'n' Roses, Welcome to The Jungle, que inspirou o título do filme:


Welcome to the jungle! We've got fun and games!
(Bem-vindo à selva! Temos diversões e jogos!)

FICHA TÉCNICA
  • Título Original: Jumanji: Welcome to The Jungle
  • Direção: Jake Kasdan
  • Elenco: Dwayne Johnson (Dr. Smolder Bravestone / Spencer ), Kevin Hart (Moose Finbar / Fridge), Jack Black (Professor Shelly Oberon / Bethany), Karen Gillan (Ruby Roundhouse / Martha), Alex Wolff (Spencer), Ser'Darius Blain (Fridge), Madison Iseman (Bethany), Morgan Turner (Martha), Nick Jonas (Alex)
  • Roteiro: Chris McKeena, Erik Sommers, Scott Rosemberg, Jeff Pinkner
  • Música: Henry Jackman
  • Fotografia: Gyula Pados
  • Duração: 119 minutos
  • Ano: 2017
  • Lançamento comercial no Brasil: 04/01/2018

          RESUMO DO FILME

Quatro adolescentes descobrem um velho vídeo game chamado Jumanji. Ao começarem a jogar, são transportados para dentro do jogo e para sair, devem percorrer todas as fases desse mesmo jogo.
COTAÇAO
⭐⭐⭐⭐

Veja aqui o trailer oficial de Jumanji: Bem-Vindo à Selva (dublado - HD):



Veja aqui o trailer oficial de Jumanji (original em inglês - HD):



Publicado no LinkedIn e no AdoroCinema em 01/02/2018.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Crítica - Star Wars: Os Últimos Jedi | Da guerra de classes ao canto final de um pássaro


Esta é uma história para lá de conhecida, mesmo por quem não é cinéfilo ou nerd ou ambos, mas sempre vale a pena recordar: Há pouco mais de 40 anos, quando um jovem cineasta com apenas dois filmes em seu currículo veio até os produtores de cinema com uma ideia maluca para um filme de ficção-científica, ninguém levou-o a sério e vários estúdios bateram-lhe a porta na cara. 

O estúdio 20th Century Fox acabou por concordar em bancar essa ideia, mas, desconfiado com o roteiro (filmes de ficção-científica estavam por baixo na época), agiu como se dissesse "Não me envolva nisso, por favor". Seu desejo foi satisfeito, mas em troca, o cineasta pediu para ficar com os direitos autorais da obra, incluindo o merchandising - camisetas, brinquedos, HQs, etc. O estúdio concordou, pois não levava muita fé no projeto, embora tivesse esperança de, pelo menos, recuperar o investimento.

O jovem cineasta era George Lucas e o projeto maluco que estava a realizar era Star Wars, que, não só recuperou o dinheiro investido, como conquistou sete Oscars; tornou-se, na ocasião, o filme de maior bilheteria de todos os tempos e, com os direitos de autor adquiridos em seu nome, o diretor principiante tornou-se um milionário. Com Star Wars, Lucas consolidou a era dos "Blockbusters" ("Arrasa-Quarteirões", os filmes campeões de bilheteria), transformou-se em gênio do cinema, produtor de sucesso e guru geek. Muito do que se faz na indústria do cinema hoje em dia está ligado, direta ou indiretamente, a esse filme.

A saga que esse diretor imaginativo criou sobre os cavaleiros Jedi, os Sith e o clã Skywalker ultrapassou as fronteiras do cinema, dos estudos acadêmicos e hoje faz parte da cultura mundial. Não existe uma pessoa neste planeta que já não tenha ouvido falar sobre algum dos filmes e seus personagens. Pouquíssimos trabalhos tiveram uma influência tão grande a um nível tão amplo. Por isso, nada mais adequado que, no ano no qual se comemorava os 40 anos do lançamento dessa película genial, fosse lançado mais um episódio da odisséia ocorrida há muito tempo atrás em uma galáxia muito, muito distante, Star Wars: Os Últimos Jedi

A tirânica Primeira Ordem encontra o planeta onde estão escondidos os integrantes da Resistência liderados pela General Leia Organa (a estadunidense Carrie Fischer, de Loverboy - Garoto de Programa) e lança-se ao ataque. Um contra-ataque liderado pelo Comandante Poe Dameron (o guatemalteco Oscar Isaac, de Ex Machina: Instinto Artificial) é bem sucedido, mas a um preço muito alto, o que faz com que seja rebaixado pela General Organa.

O Líder Supremo Snolke (o inglês Andy Serkis, da saga O Senhor dos Anéis), castiga o General Hux (o irlandês Domhnall Gleeson, da franquia Harry Potter) por ter deixado os resistentes fugir, mas o oficial usou um rastreador para seguir as naves e a perseguição começa. Kylo Ren (o estadunidense Adam Driver, de Paterson), lidera um novo ataque, mas hesita em atirar na nave onde está sua mãe, Leia. Caças da Primeira Ordem atiram e a nave explode. Graças à Força, Leia consegue sobreviver, mas fica muito ferida. A Vice-Almirante Amilyn Holdo (a também estadunidense Laura Dern, de Coração Selvagem) assume o comando e ordena a fuga em naves de escape, o que contraria Poe.

Poe e Finn (o inglês John Boyega, de Detroit em Rebelião) consultam Maz Kanata (a queniana Lupita Nyong'o, de Doze Anos de Escravidão) para saber se há alguém que possa quebrar o código do rastreador da Primeira Ordem. Maz diz que há um na cidade de Canto Bight. Finn, o dróide BB-8 e a mecânica Rose Tico (a estadunidense Kelly Marie Tran, de XOXO: A Vida é Uma Festa) vão até Canto Bight, são presos e, na cadeia, encontram o vigarista DJ (o porto-riquenho Benicio de Toro, de Che) que afirma saber como quebrar o código.

Rey (a inglesa Daisy Ridley, de Assassinato no Expresso do Oriente) chega à ilha do isolado planeta Ahch-To e lá encontra o Mestre Jedi Luke Skywalker (o estadunidense Mark Hamill, de Kingsman - Serviço Secreto). Rey pede a Luke para juntar-se à Resistência contra a Primeira Ordem. Mesmo após Rey contar-lhe sobre o assassinato de Han Solo por Kylo Ren, Luke, ainda assim, recusa o pedido da moça. Porém, ao perceber como a Força é grande nela, decide ministrar-lhe o treinamento Jedi.

Ao ler-se o resumo da trama acima, a impressão que passa é a de um filme comprido. A impressão é correta, aliás este é o mais longo de toda a saga. Mas, Star Wars: Os Últimos Jedi flui tão bem na tela que não se sente o tempo passar, mesmo com tantas tramas paralelas.

A saga sempre criticou, seja de modo aberto ou sutil, a ordem estabelecida, as ditaduras, o imperialismo, a corrupção e o sistema capitalista que geram problemas como intolerância, preconceito, racismo e xenofobia e levam os seus personagens não apenas a uma batalha do Bem contra o Mal, mas a uma verdadeira guerra de classes. Basta lembrar da cena na qual a Capitã Phasma (a inglesa Gwendoline Christie, de O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus) chama Finn de "escória rebelde". 

Em pleno século XXI, o mundo - e, em particular, o Brasil - está novamente às voltas com o trabalho escravo e Star Wars: Os Últimos Jedi não deixa de criticar essa prática odiosa (o que já havia sido feito no Episódio I) mostrando os escravos, a maioria meninos e meninas, de Canto Bight, uma cidade-cassino frequentada por "coxinhas do espaço" e bandidos de todo o tipo, inteiramente corrompida e decadente que disfarça essa corrupção e decadência com um manto de luxo feito com o suor e o sangue dessas crianças escravizadas e com o dinheiro da jogatina. E, ainda assim, consegue seduzir os tolos com a miragem da riqueza.

Como é de praxe, acompanhando o sucesso, vem as polêmicas e a saga Star Wars as têm, em particular as de cunho religioso como o esoterismo da Força, o nascimento de Anakin Skywalker sem a presença física de um pai, o que fez muitos seguidores de crenças diversas - principalmente os fundamentalistas - protestarem; e a semelhança do personagem Chirrut Imwe, de Rough One - Uma História Star Wars, com a figura bíblica Nicodemos (veja a crítica do filme aqui).

Em Star Wars: O Último Jedi, o Mestre Jedi Luke Skywalker juntou doze discípulos para ensinar-lhes o caminho da Força. Dentre esses discípulos estava Ben Solo, que traiu seu mestre indo para o lado negro e tornou-se Kylo Ren. Um mestre, doze discípulos e um traidor entre eles? Soa familiar...

Porém, Star Wars: O Último Jedi não é apenas denúncia e polêmica, também é diversão no mais alto nível com suas cenas de ação, humor  harmoniosamente intercaladas e entrosadas com as de comoção e romance, o que mostra que a decisão de chamar o cineasta estadunidense Rian Johnson (de Looper: Assassinos do Futuro)  para dirigir o filme foi acertadíssima. Rian conduz a direção com maestria, sendo fiel ao que foi feito nos anos anteriores e colocando, também, seu toque pessoal (é o autor do roteiro). Foi um trabalho tão bem feito que fica difícil escolher um momento marcante entre tantos que a película tem.


Mark Hamill e Carrie Fischer em foto de Annie Leibovitz

George Lucas baseou a sua obra, desde o primeiro filme, na leitura do livro O Herói de Mil Faces, do professor universitário e mitologista (especialista em mitos) Joseph Campbell (1904-1987). Foi nesse livro que Lucas descobriu o conceito do "Monomito", também conhecido como "Jornada do Herói", que pode ser resumido assim: o herói vive tranquilamente em seu mundo quando lhe é dada uma missão. A princípio, ele reluta - ou mesmo recusa - em assumir essa responsabilidade, pois não quer abandonar sua zona de conforto. Porém, ao encontrar um mentor, ele atende ao chamado. Em sua jornada, encontra aliados e enfrenta testes, provações, inimigos e até mesmo a morte, mas, após passar por grandes sofrimentos, vence, cumpre a sua missão e retorna ao seu mundo transformado.

Simples, não é? E profundo. E essas simplicidade e profundidade são a linha-mestra de Star Wars: Os Últimos Jedi. Mas se você pensa que o herói, ou melhor, heroína, é Rey, está redondamente enganado. O herói é justamente aquele que iniciou a sua jornada 40 anos atrás, Luke Skywalker - mais especificamente o seu intérprete, Mark Hamill.

Mark Hamill é um daqueles casos nos quais o grande sucesso alcançado pelo personagem interpretado tornou-se o seu dilema. Fora da saga, Mark não teve muito destaque, apesar de bons trabalhos como em Agonia e Glória (1980). É verdade que o acidente de carro ao final das filmagens de Star Wars, atrapalhou, mas ele estava tão identificado com o aprendiz de cavaleiro Jedi, que ficou difícil arrumar bons filmes para atuar. Nesses anos todos, o seu principal trabalho foi como dublador, especialmente em Batman, a Série Animada (1992-1995), na qual fazia a voz do arqui-inimigo do Cavaleiro das Trevas, o Coringa.

Em Star Wars: Os Últimos Jedi, Mark - e o Mestre Jedi que encarna - exorciza seus demônios. Ele está simplesmente magnífico como um envelhecido e amargurado Luke Skywalker, que se auto-exila em uma ilha isolada longe tudo e de todos atormentado pelas lembranças, mas, ao mesmo tempo, mostra um senso de humor refinado, bem diferente do jovem Luke dos filmes anteriores. E, ao enfrentar  de coração e alma a grande batalha, encerra um ciclo e obtém a redenção, tanto na vida real quanto no universo da saga.

Por essa brilhante atuação, Mark Hamill merecia ao menos uma indicação ao Oscar, mas, ao que aparece, o lado negro da Força influenciou os membros da Academia de Hollywood...

A atlética, bonita e talentosa Daisy Ridley prova a cada episódio que é uma digna sucessora de Hamill. Sua personagem, Rey, tem a mesma coragem e impetuosidade de Luke Skywalker em sua juventude. Porém, ao contrário do fazendeiro de Tatooine, tem uma alma mais complexa, a qual está em uma jornada de autoconhecimento e constante batalha com seu lado sombrio. Graças a Daisy, Rey já é uma das grandes heroínas de Star Wars.

Sempre que John Boyega surge em cena, as pessoas percebem que ele não é, como já disseram, apenas uma versão mais jovem do grande Sidney Poitier (Ao Mestre Com Carinho). Ele tem seu próprio estilo, que melhora a cada trabalho realizado e não são poucos aqueles que acham que será o grande astro dos próximos anos.

No mesmo nível está Adam Driver, que fez com que o vilão Kylo Ren não se tornasse um outro Darth Vader, mesmo sendo seu neto. Uma grande sacada do filme está em provar que um vilão, para ser sinistro, não precisa usar máscara. Mérito de Adam, que mostra  Kylo Ren como um personagem atormentado e dividido, sempre em um terrível combate interno contra seu alter-ego, Ben Solo. 

Entre os coadjuvantes, há três que são considerados "de luxo" e, portanto, se destacam: Oscar Isaac, Laura Dern e Benicio del Toro. 

O personagem de Isaac, Poe Dameron, é como uma mistura do jovem Luke Skywalker com Han Solo e está cada vez mais popular entre os admiradores da saga. 

A Vice-Almirante Holdo, interpretada por Laura Dern, é uma mulher forte, independente e que não hesita em usar sua autoridade sempre que necessário, mesmo com aqueles com quem simpatiza e, para mim, pelo impacto que causa, é uma personagem que poderia ter sido melhor aproveitada. 

Benicio del Toro tem experiência em interpretar marginais nojentos - já o havia feito em 007: Permissão Para Matar (1989) - e o seu personagem DJ é daqueles que a platéia ama odiar e que dá vontade de estrangular, mas, por outro lado, sempre dá vontade de saber qual será a sua próxima maldade. 

É claro que não poderia deixar de falar de uma mulher fundamental da saga: Leia Organa e sua intérprete, Carrie Fisher. Assim como em Rough One, sua presença em Star Wars: Os Últimos Jedi é comovente e sua atuação é serena e marcante, também digna de um Oscar, como se soubesse o que iria acontecer em breve. Assim como Hamill, Carrie também encontra sua redenção no filme. Ao vê-la em cena, é difícil acreditar que não se encontra mais entre nós. De minha parte, prefiro pensar que, tal qual a Princesa de Alderaan, Carrie foi salva pela Força e encontra-se nos braços de um grande amor (veja aqui). 

Rian Johnson chamou um velho chapa com quem trabalhou em seus outros filmes para realizar a fotografia: Steve Yedlin (Terremoto: A Falha de San Andreas), que faz jus à confiança depositada seja mostrando a natureza exuberante da bela ilha de Skelling Michael (pertencente à Irlanda, que possui um mosteiro construído no século VI d.C., e foi nomeada Patrimônio da Humanidade pela ONU), ou na aridez rígida de Salar de Uyuni (o maior deserto de sal do mundo, localizado na Bolívia).

O que posso falar do grande mestre das trilhas sonoras, John Williams (Superman, o Filme) que já não tenha sido dito? Muito da identidade de Star Wars se deve à soberba trilha sonora composta por ele. Aos 85 anos de idade, nem pensa em se aposentar e já confirmou que irá compor a trilha do Episódio IX (que, novamente, terá a direção de J. J. Abrams, do Episódio VII). O fãs de cinema do mundo inteiro agradecem.

Assim como no filme anterior, em Star Wars: Os Últimos Jedi há várias referências ao episódios anteriores, principalmente aos Episódios V e VI. Homenagens? Talvez. Mas, acredito que seja também uma ligação tanto para os episódios anteriores quanto para a próxima trilogia, cuja produção já foi confirmada pelos estúdios de Walt Disney e com datas de lançamento ainda a serem confirmadas.

Alguns fãs mais radicais chegaram a criar uma petição na internet para que Star Wars: Os Últimos Jedi seja retirado do cânone de Star Wars por ser "diferente demais". Bobagem. Este Episódio VIII é um daqueles filmes que se tornam clássicos instantâneos e, para mim, após os Epísódios IV e V (não necessariamente nessa ordem), é o melhor de toda a saga. Porém, eu até compreendo essa atitude. É o medo da perda, de não poder ver mais todos aqueles personagens que tanta alegria trouxeram às nossas vidas. 

Embora seja triste não poder ver mais pessoas a quem se ame ou se afeiçoe, seja na realidade ou na fantasia, é preciso seguir adiante. A vida é assim. Em Star Wars: Os Últimos Jedi certos personagens lembram a lenda do pássaro que, pouco antes de morrer, entoa um canto tão belo que o mundo inteiro interrompe o que está a fazer para ouvir a linda melodia e Deus sorri no céu.

E nós, aqui na Terra (ou mesmo em uma galáxia longínqua), continuamos a ir em frente, sem olhar para trás e ouvindo, cada vez mais longe, o canto nostálgico desse pássaro.


FICHA TÉCNICA
  • Título Original: Star Wars: The Last Jedi
  • Direção: Rian Johnson
  • Elenco: Mark Hammil (Luke Skywalker), Carrie Fisher (General Leia Organa), Daisy Ridley (Rey), John Boyega (Finn), Adan Driver (Kylo Ren / Ben Solo), Oscar Isaac (Poe Dameron), Laura Dern (Vice-Almirante Holdo), Andy Serkis (Líder Supremo Snolke), Benicio de Toro (DJ), Lupita Nyong'o (Maz Kanata), Frank Oz (Mestre Yoda), Peter Meyhew (Chewbacca), Anthony Daniels (C-3P0), Domhnall Gleeson (General Hux), Gwendoline Christie (Capitã Phasma)
  • Roteiro: Rian Johnson
  • Música: John Williams
  • Fotografia: Steve Yedlin
  • Duração: 152 minutos
  • Ano: 2017
  • Lançamento comercial no Brasil: 14/12/2017

RESUMO DO FILME

Rey vai até a ilha de um planeta isolado em busca de Luke Skywalker, que está em um auto-exílio, para que este ajude a Resistência em sua guerra contra a tirânica Primeira Ordem.

COTAÇAO
⭐⭐⭐⭐⭐

Veja aqui o trailer oficial de Star Wars: Os Últimos Jedi (legendado - HD):


Publicado no LinkedIn e no AdoroCinema em 27/01/2018.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Estreia | Encolhi a Professora


Estreia em 25/01/2018 nos cinemas brasileiros a comédia infanto-juvenil alemã Encolhi a Professora (Help, I Shurunk My Teacher - 2015), na qual Felix  (Oskar Keymar, de Conni & Co.), um menino de 11 anos, passa um mau bocado com a diretora da escola onde estuda (Anja Kling, de Os Cinco Amigos), até o dia em que, ao usar um objeto estranho, acaba por encolher a megera. Boa diversão para as crianças neste final de férias e que terá uma continuação a ser lançada ainda neste ano.

Veja aqui o trailer oficial de Encolhi a Professora (dublado - HD):


terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Framboesa de Ouro 2018 | Conheça os indicados ao prêmios do melhor do pior do cinema (e os nossos palpites...)


No mesmo dia do anúncio das indicações ao Oscar 2018, também foi anunciado os indicados ao Framboesa de Ouro 2018, o prêmio que "recompensa" o melhor do pior do cinema dos EUA!

O Framboesa de Ouro foi criado em 1980 pelo publicitário estadunidense John Wilson, depois de ter visto uma sessão dupla de duas "bombas": A Música Não Pode Parar e Xanadu. Totalmente inconformado com a baixa qualidade dessas produções, Wilson começou, durante um jantar que tradicionalmente oferecia na sua casa na noite de entrega do Oscar, a distribuir listas de filmes com cédulas aos seus convidados para que estes votassem no pior filme.

A brincadeira fez tanto sucesso que, no ano seguinte, foi feita a primeira festa de premiação do Framboesa de Ouro, na qual compareceram 36 pessoas. Em 1982, compareceram 72 pessoas; em 1983, quase 150, com o número da platéia crescendo a cada ano assim como o de cinéfilos, que se divertiam à beça com a "cerimônia".

A escolha dos indicados é idêntica à do Oscar: a Fundação Framboesa de Ouro, assim como a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, escolhe, por meio de seus membros (cerca de 660); compostos de cinéfilos, jornalistas e internautas, os indicados para o prêmio.

Grandes astros e estrelas do cinema já tiveram a "sorte" de serem agraciados com o Framboesa de Ouro. Dentres estes estão Laurence Olivier (Hamlet), Liza Minelli (Cabaret), Kevin Costner (Dança com Lobos), Faye Dunaway (Bonnie & Clyde), Arnold Schwarzenegger (franquia O Exterminador do Futuro), Sharon Stone (Instinto Selvagem), Sylvester Stallone (franquias Rocky e Rambo que é o recordista entre os homens com 7 prêmios e 19 indicações), e Madonna (Evita que é a recordista entre as mulheres com 8 prêmios e 12 indicações).

A maioria dos "vencedores" não comparece para receber o prêmio, mas outros, entrando no espírito da brincadeira, foram, de bom grado, receber o troféu de plástico pintado de dourado com valor estimado em U$ 5,00. Dentre estes estão Tom Selleck (série Magnum), Hale Berry (franquia X-Men), Ben Affleck (Liga da Justiça) e Sandra Bullock (Velocidade Máxima).

A seguir, vocês verão os indicados nas principais categorias do Framboesa de Ouro 2018, sendo que Transformers: O Último Cavaleiro, com 9 indicações; e 50 Tons Mais Escuros, com 8, são os grandes favoritos. E Panorama do Cinema dá os seus palpites sobre quem serão os vencedores (sigla PPC - Palpite Panorama do Cinema): 

PIOR FILME

  • Baywatch
  • Emoji: O Filme
  • 50 Tons Mais Escuros
  • A Múmia
  • Transformers: O Último Cavaleiro

PPC: 50 Tons Mais Escuros

PIOR DIRETOR

  • Darren Aronofsky (Mãe!)
  • Michael Bay (Transformers: O Último Cavaleiro)
  • James Foley (50 Tons Mais Escuros)
  • Alex Kurtzman (A Múmia)
  • Tony Leondis (Emoji: O Filme)

PPC: James Foley 

PIOR ATOR

  • Tom Cruise (A Múmia)
  • Johnny Depp (Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar)
  • Jamie Dornan  (50 Tons Mais Escuros)
  • Zac Efron (Baywatch)
  • Mark Whalberg (Pai em Dose Dupla 2Transformers: O Último Cavaleiro)

PPC: Jamie Dornan

PIOR ATRIZ

  • Katherine Heigl (Paixão Obsessiva)
  • Dakota Johnson (50 Tons Mais Escuros)
  • Jennifer Lawrence (Mãe!)
  • Tyler Perry (Boo 2: A Madea Halloween)
  • Emma Watson (O Círculo)

PPC: Dakota Johnson

PIOR ATOR COADJUVANTE

  • Javier Bardem (Mãe!)
  • Russel Crowe (A Múmia)
  • Josh Duhamel (Transformers: O Último Cavaleiro)
  • Mel Gibson (Pai em Dose Dupla 2)
  • Anthony Hopkins (CollideTransformers: O Último Cavaleiro)

PPC: Mel Gibson

PIOR ATRIZ COADJUVANTE

  • Kim Bassinger (50 Tons Mais Escuros)
  • Sofia Boutella (A Múmia)
  • Laura Haddock (Transformers: O Último Cavaleiro)
  • Goldie Hawn (Viagem das Loucas)
  • Susan Sarandon (Perfeita é a Mãe 2)

PPC: empate triplo entre Kim Bassinger,  Goldie Hawn e Susan Sarandon

PIOR ROTEIRO

  • Baywatch
  • Emoji: O Filme
  • 50 Tons Mais Escuros
  • A Múmia
  • Transformers: O Último Cavaleiro

PPC: 50 Tons Mais Escuros

Assista aqui o vídeo com os indicados do Framboesa de Ouro 2018 (original em inglês - HD):



E veja aqui o vídeo da entrega do prêmio de Pior Atriz para Hale Berry no Framboesa de Ouro 2004 (original em inglês):



Publicado no LinkedIn, em 23/01/2018.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Submarino Amarelo 50 Anos | Desenho animado clássico dos Beatles voltará às telas do cinema!


Atenção fãs de Cinema, de Rock 'n'Roll e dos Beatles: em comemoração aos 50 anos de seu lançamento, o clássico desenho animado Submarino Amarelo (1968) voltará a ser exibido nos cinemas da Grã-Bretanha e Irlanda em um evento especial no próximo dia 8 de julho!

O filme mostra as aventuras do Beatles (John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr) no reino de Pepperland, onde tudo é repleto de cores, vida e música, Mas que está sob a ameaça dos Malvados Azuis, que odeiam todas as cores e músicas do mundo.

Dirigido pelo animador canadense George Dunning (1920-1979), que já havia feito desenhos da banda para a televisão, e com trilha sonora instrumental composta pelo maestro e produtor do grupo, George Martin (1926-2016), Submarino Amarelo foi aclamado por público e crítica quando lançado - e permanece assim - e é considerado, até os dias de hoje, um dos maiores desenhos animados de todos os tempos. 

Com visual Pop Art e um apelo fácil e divertido, o filme tem as maravilhosas canções dos quatro jovens de Liverpool tais como Nowhere Man, Eleanor Rigby, Lucy in The Sky With Diamonds, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, All You Need is Love, além da canção-título. A geração atual terá a oportunidade de ver com seus próprios olhos um registro da banda que fez, e ainda faz, a cabeça da juventude de todo o mundo.

Os ingressos começarão a serem vendidos em 17 de abril na Irlanda e Reino Unido. Ainda não há previsão de exibição desse evento especial em outros países, inclusive o Brasil.


Veja aqui o trailer de Submarino Amarelo (original em inglês):


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Parque da Universal Pictures é patrocinadora do Corinthians


A cidade de Orlando, localizada no estado da Flórida, no sul dos EUA, é um destino turístico bastante conhecido e procurado em períodos de férias - em particular pelos brasileiros, que amam passear nesse local como pode ser visto no filme S.O.S Mulheres ao Mar 2 - pelo seus complexos de parques, que incluem o Walt Disney World Resort (com os parques temáticos Disney World e Epcot Center) e o Universal Orlando Resort.

O Universal Orlando Resort é um complexo de parques que pertence ao conglomerado de mídia NBCUniversal, que engloba a rede de televisão NBC e o estúdio de cinema Universal Pictures, com os parques temáticos Universal Studios e Islands of Adventure que possuem atrações tais como O Mundo Mágico de Harry Potter (baseado na franquia do bruxinho) e Velozes & Furiosos Supercharged (franquia das aventuras de corridas), a ser inaugurado ainda este ano, entre outras.

Uma das atrações do complexo que vem atraindo bastante turistas neste últimos anos é a Florida Cup, uma competição amistosa anual de futebol entre equipes de vários países. Neste ano as equipes que participam do torneio são Atlético Nacional (Colômbia), Barcelona de Guayaquil (Equador), Rangers F.C. (Escócia), PSV Eindhoven (Holanda) e Legia Warsaw (Polônia). O Brasil, claro, não poderia faltar e está representado por três equipes: Atlético Mineiro, Fluminense e Corinthians.

Aliás, foi o Timão do Parque São Jorge quem apresentou o seu patrocinador exclusivo para esta competição, que é justamente o Universal Orlando Resort, que ocupa o espaço nobre de sua camisa. O Corinthians veste a camisa com o seu patrocínio nas partidas contra o PSV Eindhoven e o Rangers F.C. disputadas nos dias 10 e 13 de janeiro, respectivamente.

Os estadunidenses podem não ser ainda uma potência no futebol masculino (ao contrário do que acontece no feminino), mas já faz tempo que sabem que a união entre o esporte bretão e o cinema costuma dar samba (veja aqui). 


Veja aqui o vídeo com os gols e melhores momentos da partida entre Corinthians [BRA] x PSV Eindhoven [HOL] (original em inglês - HD):


terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Kirk Douglas emociona o mundo na premiação do Globo de Ouro 2018


O ator estadunidense Kirk Douglas é uma verdadeira lenda viva do cinema. Não só por ter completado, no último dia 9 de dezembro, 101 anos de idade (!), mas também por ter feito alguns dos maiores sucessos do cinema tais como 20.000 Léguas Submarinas (1954), A Vida Apaixonada de Van Gogh (1956, que lhe valeu o Globo de Ouro de Melhor Ator) e o clássico Spartacus (1960). Também trabalhou com grandes nomes da Sétima Arte como o diretor Stanley Kubrick (De Olhos Bem Fechados), atores como seu amigo Burt Lancaster (Atlantic City), com quem realizou sete filmes; e atrizes como Laureen Bacall (O Fã - Obsessão Cega), que o ajudou no início de sua carreira. 

Além disso, trouxe ao mundo um dos mais talentosos atores de sua geração, o filho Michael Douglas (franquia Wall Street), que não deixou de homenagear o pai em seu aniversário postando uma foto de ambos em sua página no Facebook.


Michael Douglas (esq.) e Kirk Douglas

Kirk foi a grande surpresa da cerimônia do Globo de Ouro 2018, ao aparecer, juntamente com sua nora, a atriz britânica Catherine Zeta-Jones (Chicago), para entregar o prêmio de Melhor Roteiro (vencido por Três Anúncios Para Um Crime). A platéia não se conteve e aplaudiu o veterano e grande astro em pé.

Kirk Douglas não só é um grande ator, mas também é um grande sobrevivente ao passar por tragédias como a morte de seu outro filho, o também ator e comediante Eric Douglas (O Rapto do Menino Dourado), por intoxicação de uma mistura de álcool, analgésicos e medicamentos com apenas 46 anos; o terrível acidente de helicóptero que queimou todo o seu corpo, além do derrame que sofreu em 1996 e que afetou sua capacidade de falar - mais tarde recuperada graças ao tratamento com uma fonoaudióloga. Tudo superado com muita garra e determinação.

Como não admirar esse homem e artista? Apesar das sequelas físicas, ele parece ser feito de ferro, sem nunca se dobrar perante os infortúnios da vida. E suas atuações ficarão para sempre na memória coletiva de todo o mundo, o que lhe garante a imortalidade, mesmo quando vier a morte física - que, esperemos, ainda demore.

Um viva ao grande e imortal Kirk Douglas!


Veja aqui momentos selecionados do Globo de Ouro 2018, que inclui a participação de Kirk Douglas (original em inglês):



Veja aqui o trailer restaurado de Spartacus (original em inglês - HD):


Publicado no LinkedIn em 09/01/2018.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Crítica: Mulher-Maravilha | O mundo todo esperava por ela


NOTA: Caríssimos Cinéfilos que acompanham Panorama do Cinema, conforme o prometido, aqui está, ainda que atrasadíssima, a crítica do filme Mulher-Maravilha.

Nesta segunda década do século XXI, o planeta Terra está a passar por um período no qual está andando para trás quando se fala em direitos humanos e do cidadão. Basta ver a tolerância zero e o ódio com os quais os refugiados e imigrantes são tratados na União Europeia por pessoas como a infame líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen (seguindo o péssimo exemplo dado por seu pai, Jean-Marie Le Pen) e, nos EUA, pelo ainda mais infame presidente Donald Trump

O Brasil sempre teve o mal hábito de, sob o argumento de parecer e querer ser mais "moderno", copiar tudo o que vem do estrangeiro, o que inclui esta triste tendência de desprezar as minorias e todos aqueles que não se encaixam nos estereótipos branco, ocidental e de cultura judaico-cristã. Podemos citar como exemplo de representantes dessa onda neofascista os deputados federais "pastor" Marcos Feliciano e Jair Bolsonaro (aliás, considerado "o político mais repulsivo do mundo" pelo site de notícias australiano News), com seu ódio manifesto contra negros, homossexuais e esquerdistas.

As mulheres também não escapam dessa onda. Além dos políticos acima e outros menos citados, o atual governante do país, Michel Temer, além de ter a legitimidade de seu cargo contestada a todo instante, enfrentar acusações de corrupção e obstrução da justiça e com a popularidade indo pelo ralo, também mostra ser um homem de pensamentos, valores e ideologia antiquados e ultrapassados. Ao assumir definitivamente o governo após o impeachment de Dilma Rousseff, formou seu ministério apenas com homens brancos, sem nenhum negro e nenhuma mulher (recuou após a repercussão negativa). 

Em um pronunciamento oficial no dia internacional da mulher, ao dizer que o papel das mulheres na economia é serem espertas no orçamento doméstico, "além de cuidar dos afazeres domésticos", reduziu o papel da mulher à mais do que reacionária ideia que mulheres foram feitas para cuidar da casa, marido e filhos.

Sua esposa, Marcela, que tem a alcunha de "bela, recatada e do lar" - alcunha essa dada por uma revista de grande circulação e da qual a atual primeira-dama do país nunca mais se livrará - não só reforça essa visão do marido, como é tida como alguém submissa, alienada e sem opinião própria.

Por todo esse cenário mostrado, o lançamento do filme Mulher-Maravilha torna-se mais do que oportuno. Porém, antes de falarmos sobre o filme, vamos conhecer um pouco mais da personagem que o originou.


Desde o seu surgimento nos EUA, na década de 1930, as HQs, em particular as de super-heróis, tiveram grande sucesso e, como não podia deixar de ser, geraram polêmica. A principal acusação que se fazia a esse novo tipo de arte era a de "péssima influência sobre as crianças". Em 25 de outubro de 1940, foi publicado na revista Family Circle (Círculo Familiar, em inglês), uma entrevista intitulada "Não ria dos quadrinhos", feita com um professor, psicólogo e inventor chamado William Moulton Marston, na qual, baseado em um artigo de sua autoria, o entrevistado afirmava o potencial educacional das histórias em quadrinhos.

Marston era um homem com ideias e conceitos bastante avançados para a sua época: era a favor do movimento sufragista (que lutava pelo direito do voto feminino), achava que as mulheres deveriam ser livres e independentes tanto quanto quisessem e vivia em uma relação poligâmica com duas mulheres, ambas cultas e emancipadas. E, além disso, ajudou a desenvolver o polígrafo - mais conhecido como "detector de mentiras".

O artigo de Marston que gerou a sua entrevista, chamou a atenção do editor Max Gaines, das editoras National Periodical of American Publications e All-American Publications que, posteriormente, se juntariam para formar uma nova editora, a DC Comics. Gaines achava que as HQs precisavam ser renovadas e pediu a Marston para criar uma personagem nova e diferente.

Para Morston, esse novo herói deveria abraçar o amor e a paz no lugar da violência e da guerra. Diz a lenda que, ao compartilhar as suas idéias com sua esposa, Elizabeth, esta teria dito: "Bom, mas faça-o uma mulher".

Marston apresentou a ideia a Gaines, que a aprovou. O escolhido para desenhar a nova personagem foi H. G. Peter, um excelente ilustrador que já havia colaborado para a revista sufragista Modern Woman (Mulher Moderna). Foi pedido a Peter que a nova personagem fosse inspirada nas "pin-ups" desenhadas pelo ilustrador peruano radicado nos EUA, Alberto Vargas, que eram publicadas na revista Esquire.

A primeira história completa da Mulher-Maravilha apareceu em dezembro de 1941 na Sensation Comics, em uma época na qual os super-heróis masculinos, tais como Batman, Lanterna Verde e Superman, dominavam totalmente. As mulheres que apareciam nas histórias geralmente eram mães, irmãs, amigas, colegas de escola e/ou de emprego, namoradas e, no máximo, esposas, todas decididamente caseiras. Porém, a Princesa Amazona impôs-se, fez sucesso e, no ano seguinte, já tinha a sua própria revista.

Além de romper a barreira masculina, as histórias da Mulher-Maravilha inovavam por serem menos violentas (a violência era usada somente em auto-defesa ou em defesa de outrem) e por ensinarem às crianças que a crença da superioridade masculina e o preconceito contra as mulheres era algo errado e que o poder do amor vence todo o mal. Morston chegou a dizer que "A Mulher-Maravilha é a propaganda psicológica para o novo tipo de mulher que deve, creio eu, governar o mundo".

A obsessão de Moulston em descobrir segredos das pessoas o levou à invenção do detector de mentiras, como vimos anteriormente. Essa mesma obsessão foi levada para a HQ da Mulher-Maravilha com a sua famosa corda mágica dourada que, quando amarrada em uma pessoa, a obriga a dizer a verdade. Mas, acabou por gerar uma polêmica inesperada: esse "laço da verdade" seria, nas entrelinhas, uma referência ao "bondage", um fetiche sadomasoquista no qual o parceiro é amarrado (Morston era um adepto dessa prática). Para aqueles que ficaram curiosos, cenas de "bondage" podem ser vistas no filme Cinquenta Tons de Cinza (2015)

Ao longo do tempo, as histórias da Mulher-Maravilha foram sofrendo alterações: após o final da II Guerra Mundial e ao longo da década de 1950, a Princesa Diana deixou de ser um símbolo feminista para ser mais "feminina", preocupando-se com os apuros em que seu namorado se metia. No final da década de 1960, época de muitas mudanças sociais e de comportamento, a Mulher-Maravilha passou a ter uma imagem mais realista, com suas histórias bastante influenciadas por seriados policiais muito em voga naquela época.

Mulher-Maravilha conta a história de Diana (a israelense Gal Gadot, de Batman vs Superman: A Origem da Justiça), filha de Hipólita (a dinamarquesa Connie Nielsen, de Gladiador), rainha das amazonas, as lendárias mulheres-guerreiras da mitologia grega que estavam sob o comando da General Antíope (Robin Wright, da série House of Cards). Em um passado distante, elas ajudaram Zeus, o rei dos Deuses do Olimpo, a combater e derrotar o sangrento deus da guerra, Ares (o inglês David Thewllis, da franquia Harry Potter). Após a batalha, as amazonas retiram-se para a linda Ilha Paraíso onde vivem isoladas, mas em paz e harmonia. Contrariando o desejo de Hipólita, Diana foi treinada por Antíope para ser uma grande guerreira.

Um dia, Diana viu um avião perseguido e abatido por um navio de guerra. Nesse avião estava Steve Trevor (o estadunidense Chris Pine, de Horas Decisivas), capitão da força aérea dos EUA e espião que fugia das forças armadas alemãs. Diana salvou a vida de Trevor e soube por ele da "Guerra para acabar com todas as guerras" (que, posteriormente, ficaria conhecida como a I Guerra Mundial), um violento conflito que envolveu o mundo inteiro. Diana desconfiou que Ares estava por trás do conflito e decidiu voltar com Steve para Londres, Inglaterra, para deter o deus da guerra.

A atriz Lynda Carter como Mulher-Maravilha no seriado dos anos 70 

Muitas pessoas foram assistir Mulher-Maravilha achando que, além de um filme de uma super-heroína, veriam também um manifesto feminista, mas surpreenderam-se com o resultado. O filme, de fato, mostra e denuncia o cinismo, o machismo e o preconceito dos homens contra as mulheres no início do século XX (e que, infelizmente, insistem em continuar nesta segunda década do século XXI), mas não o faz de forma panfletária do tipo "mulheres de valor" contra os "porcos machistas". Nesse aspecto o filme As Sufragistas consegue ser bem mais engajado. Mesmo o seriado de televisivo da década de 1970 estrelado por pela ex-Miss Mundo EUA Lynda Carter (que, diga-se de passagem, fazia jus ao nome, e continua assim até hoje) era bem mais adepto do feminismo (embora com uma vertente cômica) do que este filme. Na década de 1980, figuras femininas de grande destaque como, por exemplo, a ex-Primeira-Ministra britânica Margareth Thatcher, extrapolaram ao pregarem a ideia que, ao igualarem-se ao homens, as mulheres tornavam-se superiores a eles.

Mulher-Maravilha, definitivamente, não prega essa ideologia. O que filme mostra de um modo equilibrado é que as mulheres podem estar em um mesmo patamar e um mesmo nível que os homens em todos os aspectos sem se rebaixarem ou terem que apelar para um feminismo radical usando a inteligência e o bom humor para obterem a igualdade. E esse aspecto mostrado de modo bem sucedido deve-se a três mulheres que são figuras-chaves nesta obra: as atrizes Robin Wright e Gal Gadot e a diretora Patty Jenkins.

Patti Jenkins já havia chamado a atenção, em 2001, como diretora e roteirista do premiado curta-metragem Velocity Rules, que definia como uma mistura de Pedro Almodóvar (Volver) com filme de super-heróis. Foi o bastante para Hollywood chamá-la para a direção de Monster - Desejo Assassino (2003), para o qual também escreveu o roteiro. Monster foi aclamado por crítica e público, deu a Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria) o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Atriz, e a Patty o prêmio de Melhor Primeiro Filme do Independent Spirit Award, um dos mais importantes festivais do cinema independente no mundo.

Patty só voltaria a dirigir um filme de longa metragem em 2011, chamado Five, um projeto para a televisão com mulheres atuando, dirigindo e escrevendo roteiro de cinco histórias sobre o impacto do câncer de mama na vida das pessoas. A demora deveu-se ao fato que Patty engravidou e queria estar perto de seu bebê. Por isso, nesse período concentrou seu trabalho na TV dirigindo séries como Entourage (veja a crítica do filme de 2015 aqui), Caindo na Real, The Killing - Além de Um Crime e Betrayal.

Porém, ninguém perdeu por esperar. O trabalho de Patty na direção de Mulher-Maravilha é excelente, com uma segurança e firmeza raramente vistas. As cenas de ação - em especial a da batalha das amazonas contra as tropas alemãs (para mim, a melhor do filme) - são espetaculares e empolgantes e, na direção de atores, tem um trabalho de igual excelência. E, graças aos deuses do Olimpo, já tem presença garantida na direção de Mulher-Maravilha 2, com lançamento previsto para 2019.

Há muito tempo que Robin Wright deixou de ser a esposa de Sean Penn (Caminhos Violentos) e não me refiro apenas ao divórcio do casal, mas também de um certo modo ficar à sombra do ex-marido - cujo talento, diga-se de passagem, é incontestável. Robin é igualmente talentosa e demonstra isso ao longo de Mulher-Maravilha unindo a beleza madura a uma personalidade marcante o que faz da General Antíope uma grande personagem, ponto de ter seu retorno garantido em Liga da Justiça.

Muitos fãs da Mulher-Maravilha torceram o nariz quando foi anunciado oficialmente que era Gal Gadot quem interpretaria a sua heroína preferida (o nome da vez para o papel era o da bela Megan Fox, de Garota Infernal), uma atriz cujo trabalho mais relevante até então era na franquia Velozes e Furiosos.

Qualquer dúvida que poderia haver foi devidamente dissipada a partir do mal compreendido filme Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016). Gal, mostrou ser merecedora do papel com muita presença de espírito e aqueles que não acreditavam na sua capacidade foram obrigados a dar o braço a torcer (mas, neste caso em particular, não se importaram e o fazer). 

Gal mantém o alto nível de Batman vs Superman em Mulher-Maravilha e no recém-lançado Liga da Justiça, sendo ao mesmo tempo feminina, forte, inteligente e bem humorada. Quem é que não gostaria de ter uma mulher assim ao seu lado? A escolha para a intérprete da Princesa Amazona não poderia ter sido melhor!

Chris Pine, novamente faz um bom trabalho de atuação ao interpretar Steve Trevor. Aliás, sua performance melhora a cada filme, podendo, futuramente, ambicionar papeis mais desafiadores. O único problema é o risco que ele corre de ficar marcado por um único tipo de papel: o de militar, mais especificamente o de capitão, como já aconteceu na saga Star Trek e em Horas Decisivas.

O escocês Ewen Bremner (T2 Trainspotting), o francês Said Taghmaoui (Trapaça) e o estadunidense Eugene Brave Rock (Enterrem Meu Coração na Curva do Rio) convencem como a equipe de apoio a Steve Trevor - em particular Ewen, como um atirador alcoólatra com transtorno de estresse pós-traumático. Aliás, foi uma boa sacada fazer desse três um time internacional, pois atrai espectadores de vários países além de ser uma demonstração de tolerância neste mundo atual no qual estrangeiros e minorias são vistos com desconfiança e discriminados como nunca.

É claro que os heróis não seriam os heróis sem os vilões e, em Mulher-Maravilha, eles são igualmente convincentes. 

A fleuma britânica (que, no Brasil, é chamada de "nariz empinado") de Davis Thewllis faz de Ares um vilão digno de enfrentar Diana. 

Com sua interpretação da Dra. Veneno, a atriz espanhola Elena Anaya (Fale Com Ela) mostra que sua conquista do Prêmio Goya (o Oscar da Espanha) de Melhor Atriz pelo filme A Pele Que Habito (2011), dirigido pelo seu conterrâneo cineasta Pedro Almodóvar, não foi por mero acaso.

O filho do grande cineasta John Houton (Os Vivos e Os Mortos), Danny Houston (Libertador), manda bem como o general alemão Erich Luddendorff, mas mostra uma falha no texto - em geral bem escrito - criado pelo roteirista Allan Hienberg (série Tal Mãe, Tal Filha): o general está "nazista demais". "Como assim?", pode perguntar alguém. A história passa-se durante a I Guerra Mundial e o flagelo nazista surgiu depois, na década de 1930, culminando na II Guerra Mundial. Um pouco de pesquisa histórica teria ajudado... 

A fotografia de Matthew Jensen (Quarteto Fantástico) está boa, mas um pouco clara demais. Talvez isso seja devido às críticas da fotografia escura de Batman vs. Superman e, provavelmente, Matthew não quisesse receber as mesmas críticas.

A trilha sonora composta por Rupert Gregson-Williams (A Lenda de Tarzan) segue o padrão de produções semelhantes. Se não é particularmente memorável, tampouco desaponta.

Mulher-Maravilha confirma e supera todas as expectativas que haviam. O filme pode não ser feminista, mas, sem dúvida, é de empoderamento feminino, com tudo de bom que essa definição traz. É um símbolo de esperança em um planeta cada vez mais caótico. Diana Prince é aquela heroína pela qual o mundo aguardava, tal como dizia, profeticamente, a letra da música-tema do seriado de TV (de autoria de Norman Gimbel e Charles Fox e com tradução livre feita por mim):


Wonder Woman, Wonder Woman,
Mulher-Maravilha, Mulher-Maravilha,
All the world's waiting for you,
Todo o mundo está esperando por você,
and the power you possess.
E pelo poder que você possui.

In your satin tights,
Em seu shorts de cetim,
Fighting for your rights
Lutando por seus direitos,
And the old Red, White and Blue.
E os velhos vermelho, branco e azul.

Wonder Woman, Wonder Woman.
Mulher-Maravilha, Mulher-Maravilha, 
Now the world is ready for you,
Agora o mundo está pronto para você
and the wonders you can do.
e as maravilhas que você faz.

Make a hawk a dove,
Faça do falcão, uma pomba,
Stop a war with love,
Pare uma guerra com amor,
Make a liar tell the truth.
Faça um mentiroso dizer a verdade.
Wonder Woman,
Mulher-Maravilha,
Get us out from under, Wonder Woman.
Tire-nos lá de baixo, Mulher-Maravilha, 

All our hopes are pinned upon you.
Todas as nossas esperanças estão atadas em você
And the magic that you do.
E na mágica que você faz.

Stop a bullet cold,
Pare uma bala fria,
Make the Axis fold,
Faça o eixo dobrar,
Change their minds,
Mude suas mentes,
and change the world.
e mude o mundo.
Wonder Woman, Wonder Woman.
Mulher- Maravilha, Mulher-Maravilha,

You're a wonder, Wonder Woman.
Você é uma maravilha, Mulher-Maravilha.

FICHA TÉCNICA
  • Título Original: Wonder Woman
  • Direção: Patty Jenkins
  • Elenco: Gal Gadot (Mulher-Maravilha / Diana Prince), Chris Pine (Steve Trevor), Robin Wright (General Antíope), Connie Nielsen (Rainha Hipólita), David Thewllis (Sir Patrick Morgan / Ares), Danny Houston (Erich Luddendorff), Elena Anaya (Isabel Maru / Doutora Veneno), Ewen Bremner (Charlie), Said Taghmaoui (Samir), Eugene Brave Rock (Chefe Napi)  
  • Música: Rupert Gregson-Williams
  • Fotografia: Matthew Jensen
  • Roteiro: Allan Heinberg
  • Duração: 141 minutos
  • Ano: 2017
RESUMO DO FILME
Diana é a princesa de Themyscira, também conhecida como ilha-paraíso, e lar das lendárias guerreiras Amazonas. Um dia, Diana salva da morte o espião estadunidense Steve Trevor, que fugia das tropas alemãs, seus inimigos durante a I Guerra Mundial. Diana está convencida que essa guerra foi causado pelo deus da guerra, Ares, e decide retornar junto com Steve para deter o mesmo Ares e por um fim à esse conflito devastador. 
COTAÇÃO
                   ½


Veja aqui o trailer oficial de Mulher-Maravilha (legendado - HD):

Veja aqui a música-tema na abertura do seriado da década de 1970 (original em inglês - HD):

Publicado no LinkedIn e no AdoroCinema em 08/01/2018.