Nas civilizações de cultura cristã a sexta-feira é considerada como um dia de mau agouro e se esse dia for o 13º do mês, pior ainda! Não se sabe ao certo o porquê dessa crença, mas desconfia-se ser devido ao fato de a Última Ceia celebrada por Jesus Cristo e Seus apóstolos ter sido celebrada nesse dia e de haver 13 pessoas à mesa - além de Jesus e dos discípulos, estava o traidor Judas Iscariotes. Todo cristão sabe que duas pessoas que participaram dessa ceia morreram: Judas e Jesus, embora este último tenha ressuscitado três dias depois.
Recentemente,
essa crença de dia de mau agouro para a Sexta-Feira
13 foi reforçada devido aos tristes e trágicos atentados terroristas
ocorridos em Paris, capital da França, em 2015, na qual 130 pessoas morreram e
cerca de 400 ficaram feridas.
Entretanto,
para alguns, Sexta-Feira 13 é um dia
de sorte, e se você, leitor, é fã de cinema e, especialmente, de filmes de
terror, então é como se tivesse acertado na mega sena. Panorama do Cinema fez uma seleção de 13 filmes de terror para se
assistir em uma Sexta-Feira 13,
curtir e sentir um calafrio na espinha. E, se depois de assistir todos esses
filmes arrepiantes você conseguir passar pela Sexta-Feira 13 sem pegar um mau
olhado, considere-se uma pessoa de corpo fechado...
Drácula (1931)
Não
foi a primeira vez que o romance de terror criado pela imaginação do escritor
irlandês Bram Stoker (1847-1912) foi
adaptado para o cinema. Em 1922, o cineasta alemão F. W. Murnau realizou o clássico Nosferatu, com seu conterrâneo Max
Schreck no papel principal. Porém, devido a um problema de direitos
autorais, o nome do personagem foi trocado para Orlok.
Mas
foi esta adaptação, dirigida pelo estadunidense Tod Browning (de A Trindade
Maldita), que fez o conde vampiro famoso em todo o globo e se tornasse
parte da cultura mundial. O advogado Renfield (Dwight Frye, de Relíquia
Macabra), após uma longa viagem, chega aos Montes Cárpatos, na Romênia,
para realizar a venda da Abadia de Carfax, localizada na Inglaterra, ao Conde
Drácula (o ator romeno Béla Lugosi,
de O Gato Preto). O que Renfield não
sabe é que Drácula é um vampiro que sai somente à noite, se transforma em
morcego e/ou lobo e alimenta-se de sangue humano. Drácula escraviza Renfield e
faz com que este o leve para Londres onde espalhará o seu terror.
Tod
Browning criou um excelente clima gótico para o filme que influenciou gerações
de cineastas e cinéfilos em todo o mundo. Béla Lugosi repetiu nas telas o papel
que representava no teatro com uma impressionante presença em cena, a ponto de
ser considerado até hoje o melhor Drácula do cinema ao lado do ator inglês Christopher Lee.
Veja
aqui o trailer oficial de Drácula
(original em inglês):
O Médico e o Monstro
(1931)
Esta
foi a oitava adaptação - anteriormente foram feitos cinco filmes nos EUA, um na
Dinamarca e um na Alemanha - do romance clássico Dr. Jekill and Mr. Hyde escrito pelo escocês Robert Louis Stevenson (1850-1894), autor do igualmente clássico A Ilha do Tesouro, também com várias
adaptações para o cinema.
O
Dr. Henry Jekill (o estadunidense Fredric
March, de As Pontes de Toko-Ri) é
um brilhante químico inglês que vive na Londres vitoriana e que está convencido
que cada ser humano tem tanto um lado bom quanto um lado mau. Para provar sua
teoria, elabora uma poção que experimenta em si mesmo e transforma-se no
animalesco Sr. Edward Hyde que, ao contrário de Jekill, não possui nenhuma
consciência ou moral e passa a cometer maléficos em toda a parte.
O
diretor armênio naturalizado estadunidense Rouben
Mamoulian (de A Marca do Zorro)
usou com grande talento técnicas narrativas, com o tema do conflito emocional,
e de imagens, com destaque para a transformação de Jekill em Hyde. Fredric
March foi um dos poucos atores que conseguiu fazer a transição do cinema mudo
para o falado sem perder o sucesso e neste filme podemos conferir isso. Sua
atuação marcou época e foi recompensada com o Oscar de Melhor Ator, em 1932,
além do prêmio de Melhor Ator no Festival de Veneza (Itália).
Veja
aqui um trecho de O Médico e o Monstro
(original em inglês);
A Bolha Assassina
(1958)
Este
é um caso de um filme totalmente despretensioso que acaba por se tornar um
grande sucesso de bilheteria e um clássico em seu gênero.
Em
uma pequena cidade do estado da Pensilvânia, nos EUA, o adolescente Steve
Andrews (Steve McQueen, de Sete Homens e Um Destino) e sua namorada
vêm um meteorito cair perto do local onde estão se beijando e decidem
averiguar. Ao chegarem ao local, descobrem que, no interior desse meteorito, há
uma substância gosmenta que ataca e consome totalmente as pessoas. Steve tenta
avisar as autoridades, mas estas não acreditam nele. A Bolha finalmente chega à
cidade e instala o caos e o terror nela.
A Bolha Assassina
era um filme independente que teve sua distribuição feita pelos estúdios Paramount e destinado ao público
adolescente frequentador de cinemas Drive-In,
nos quais há um imenso estacionamento onde as pessoas param seus automóveis e
assistem ao filme dentro deles (ainda hoje são bastante populares nos EUA), mas
que, devido ao seu sucesso, acabou sendo dirigida às salas tradicionais e ao
grande circuito comercial.
A Bolha Assassina
era o típico filme B com ritmo dinâmico, roteiro bem simples, produção barata e
dirigido por um especialista do gênero, o estadunidense nascido na Alemanha, Irvin Yeaworth (de Quarta Dimensão). As críticas foram razoáveis, mas a produção se
tornou uma referência e uma influencia para várias produções posteriores e
ficou nas retinas e memória do público. O filme transformou Steve McQueen, que
estava em seu primeiro trabalho como protagonista principal, em astro. Uma
curiosidade: embora estivesse fazendo o papel de um adolescente, McQueen tinha,
na ocasião, 27 anos de idade.
Em
1972, foi feita a sequência d’ A Bolha
Assassina que se chamou Beware! The
Blob. Indo mais para a linha do “Terrir” (mistura de terror como humor), o
filme tinha a direção do ator Larry
Hagman (das séries de TV Jeannie é Um
Gênio e Dallas). Foi um fracasso
de público e crítica.
Em
1988, em comemoração aos 30 anos d’ A
Bolha Assassina, foi feito um remake do filme com direção de Chuck Russel (de O Máskara) e com Kevin
Dillon (da série de TV Entourage)
à frente do elenco. Embora tenha recebido boas críticas, não teve o mesmo
sucesso e impacto do original.
Atualmente,
está sendo preparado um reboot d’ A
Bolha Assassina que terá a direção do inglês Simon West (de Os Mercenários
2) e com elenco ainda a ser definido.
Veja
aqui o trailer oficial de A Bolha
Assassina (original em inglês):
Psicose (1960)
Psicose
pode até não ser o melhor filme do Mestre do Suspense, o inglês Alfred Hitchcok (de Um Corpo Que Cai), mas é, sem dúvida, o
mais popular.
Baseado
no romance do escritor estadunidense Robert
Bloch, o filme conta a história da jovem secretária Marion Crane (Janet Leigh, de A Marca da Maldade) que decide roubar uma alta soma em dinheiro
para poder se casar com seu namorado endividado (John Gavin, de Spartacus).
Após o roubo, Marion foge em seu carro, até que uma tempestade a obriga a parar
no Bates Motel, dirigido pelo estranho Norman Bates (Anthony Perkins, de Assassinato
no Orient Express), que também vive no local juntamente com sua mãe. Marion
se hospeda no motel e, enquanto toma banho, é brutalmente assassinada. Enquanto
isso, um detetive (Martin Balsam, de
Cabo do Medo) e a irmã de Marion,
Lila (Vera Miles, de Um Romance Muito Perigoso) procuram pela
secretária sem desconfiarem do destino da jovem nem do perigo que correm.
Produzido
e financiado de forma independente pelo próprio Hitchcock, Psicose, a princípio, não agradou a crítica devido às cenas
consideradas muito violentas para a época, além de sua sexualidade, ainda que
implícita. Mas o público adorou, as críticas foram revistas, e o filme foi um
grande sucesso de bilheteria, tendo recebido quatro indicações para o Oscar, dentre estas a de melhor diretor
e de melhor atriz coadjuvante para Janet Leigh – que conquistou o Globo de Ouro nessa categoria por esse
mesmo trabalho.
Mas
o grande destaque de Psicose é, sem
dúvida, Anthony Perkins. Norman Bates tornou-se um dos maiores vilões da
história do cinema, graças à atuação de Perkins, que marcou a carreira do ator
pelo resto de sua vida. Aliás, foi um papel tão marcante para Perkins a ponto
de, em uma entrevista, perguntarem a ele se pudesse voltar no tempo, aceitaria
novamente a oferta de fazer papel de Norman Bates. A resposta foi um enfático
“sim”.
Psicose
teve três sequências para o cinema, um filme e uma série feitos para a TV, além
de outras duas versões feitas em “Bollywood” (a versão da Índia de Hollywood) e
foi escolhido pelo Registro Nacional de Filmes da Biblioteca do Congresso dos
EUA para preservação por ser culturalmente, historicamente e esteticamente
significante. E não poderia ser diferente. Só a famosa “cena do chuveiro” é daquelas
que entrou para a história cinema a ponto de todas as pessoas ao redor do mundo
a conhecerem mesmo sem ter assistido ao filme.
Veja
aqui o trailer oficial de Psicose com
apresentação de Alfred Hitchcock (legendado
– HD):
O Homem de Palha (1973)
Desde
que o cinema começou que os britânicos têm tradição em filmes de terror, como
pode ser vista nesta pérola do gênero: O
Homem de Palha.
Baseado
na novela Ritual, de autoria do
escritor inglês David Pinner, O Homem de
Palha conta a historia do policial sargento Howie (o ator e cantor Edward Woodward, da série de TV The Equalizer) recebe uma carta que o
informa sobre o desaparecimento de uma garota e viaja para remota ilha
Hebridean para investigar. Lá encontra uma comunidade liderada por Lord
Summerisle (Christopher Lee, das
sagas Star Wars e O Senhor dos Anéis) e que segue antigos
ritos e rituais pagãos dos celtas. O principal rito é o de queimar um homem de
palha gigante com seres humanos dentro um em um sacrifício aos deuses.
O Homem de Palha já
foi chamado de “O Cidadão Kane dos
filmes de horror” dada a sua importância para o gênero. Embora tenha um visual
considerado camp, tem uma direção
segura por parte de Robin Hardy, as
doses exatas de suspense e terror que prende a atenção do espectador, além de
boas atuações de seu elenco, especialmente de Edward Woodward e Christopher
Lee.
Quando
foi lançado, o filme não foi bem de bilheteria, embora tenha sido altamente
elogiado pela crítica. Até o fim de sua vida, Christopher Lee queixou-se da
falta de divulgação e distribuição por parte dos produtores, que fez com que o
filme não tivesse o devido sucesso entre o público. Apesar disso, Lee considera
O Homem de Palha como seu melhor
trabalho no cinema.
O Homem de Palha ganhou
o prêmio de Melhor Filme de Terror no Saturn
Awards – considerado o Oscar dos filmes de terror, ficção científica e
fantasia – mais uma indicação de Melhor Ator para Lee e tornou-se um Cult
Movie, com uma verdadeira legião de fãs e seguidores. Inspirado pelo filme, o
grupo de Heavy Metal Iron Maiden
gravou a canção The Wicker Man, que
consta em seu álbum Brave New World
(2000). Em 2006, teve um remake com direção de Neil LaBute (Morte no Funeral)
e com Nicolas Cage (O Motoqueiro Fantasma) à frente do
elenco e que foi um fracasso de público e crítica.
Veja
aqui o trailer oficial de O Homem de
Palha (original em inglês – HD):
Exorcismo Negro (1974)
José Mojica Marins,
o maior nome do terror nacional não podia ficar de fora desta lista. E ele está
representado por um de seus maiores sucessos: Exorcismo Negro, no qual, além de aparecer como si mesmo, também
temos a presença do seu alter-ego, o coveiro Josefel Zanatas, mais conhecido
como Zé do Caixão.
Após
uma cansativa jornada de filmagens e de uma entrevista na qual nega a
existência de seu personagem Zé do Caixão, Mojica vai passar férias no sítio de
seu amigo Álvaro (Walter Stuart, de Os Três Mosqueteiros Trapalhões) e sua
família, perto da época do Natal. Ao chegar lá, vê estranhos fenômenos
sobrenaturais acontecerem. O pai de seu amigo, Júlio (Jofre Soares, de Baile
Perfumado), é possuído por um demônio que diz que tem uma dívida a cobrar.
Mojica descobre que a filha mais velha de Álvaro, Wilma (Ariane Arantes, de Já Não Se
Faz Amor Como Antigamente), foi prometida ao diabo em uma missa negra. Para
a sua grande surpresa e choque, descobre que quem conduziu essa missa negra foi
ninguém menos que Zé do Caixão. Para salvar a jovem e sua família, o criador
deve enfrentar sua criatura.
Assim
como no resto do mundo, o filme O
Exorcista fez grande sucesso no Brasil. Mojica decidiu embarcar na onda e
fez o seu filme de possessão diabólica com um elenco de atores “globais” (que
atuam em telenovelas da rede Globo) de apoio e um orçamento mais generoso. Na
época de seu lançamento, Exorcismo Negro
recebeu críticas mornas, mas melhorou com o passar do tempo e mostra Mojica no
seu melhor com grandes cenas de horror regadas com muito sangue e depravação.
Mostrando pela primeira José Mojica Marins em papel duplo, o filme foi um
sucesso de bilheteria
Veja
aqui o trailer oficial de Exorcismo
Negro (original em português):
Halloween – A Noite do
Terror (1978)
Este
é outro filme independente que surpreendeu público e crítica e tornou-se um
clássico.
Halloween – A Noite do
Terror conta a história de Michael Myers que, aos seis anos
de idade, no dia de Halloween (no Brasil, “O Dia das Bruxas’), assassinou sua
irmã a facadas após esta ter feito amor com seu namorado em sua casa. Michael é
enviado para um hospital psiquiátrico onde é tratado pelo Dr. Loomis (o inglês Donald Pleasence, de Com 007 Só Se Vive Duas Vezes). Após
ficar 15 anos internado, Michael foge do hospital e volta para a sua cidade. Ao
chegar lá, no dia de Halloween, começa uma chacina assassinando vários
adolescentes e aterrorizando a jovem Laurie Strode (Jamie Lee Curtis, de True
Lies, em sua estreia no Cinema). O Dr. Loomis vai ao encalço de Michael,
mas conseguirá deter o assassino?
Halloween – A Noite do
Terror fez um sucesso estrondoso, tornando-se um dos filmes
independentes e de terror de maior sucesso em todos os tempos. A direção de John Carpenter (de Fuga de Nova York) – que também é o autor da trilha sonora que
marcou época – é perfeita criando um clima de terror, tensão e suspense que
chega a ser tangível.
Ao
lado do sucesso, veio a polêmica. Alguns críticos diziam que o filme
incentivava o sadismo e a misoginia (ódio contra as mulheres), devido ao fato
das principais vítimas de Michael serem mulheres. Já outros diziam que o filme
era uma crítica à imoralidade, à promiscuidade e ao abuso no uso de bebidas e
drogas (que, no filme, são altamente consumidas) por parte da juventude da
década de 1970.
Os
atores Peter Cushing (de Expresso do Horror) e Christopher Lee chegaram a serem
convidados para fazer o papel do Dr. Loomis, mas recusaram devido ao baixo
salário. Mais tarde, Lee disse que recusar esse papel foi o maior erro de sua
carreira. Já Jamie Lee Curtis, que voltaria a trabalhar com Carpenter em Fog – A Bruma Assassina, ficou durante
muito tempo conhecida como “A Rainha dos Filmes de Terror”.
Halloween – A Noite do
Terror gerou uma franquia bem sucedida comercialmente
(embora não se possa dizer o mesmo da qualidade) tendo, inclusive, um remake do
filme original dirigido pelo rockeiro Rob Zombie, em 2007, além de ter
influenciado muitas produções posteriores, dentre estas a franquia Sexta-Feira 13.
Assim
como Psicose, Halloween – A Noite do
Terror foi escolhido pelo Registro Nacional de Filmes da Biblioteca do
Congresso dos EUA para preservação por ser culturalmente, historicamente e
esteticamente significante.
Veja aqui o trailer oficial de Halloween – A Noite do Terror (original
em inglês):
Nosferatu – O Vampiro
da Noite (1979)
O
filme alemão Nosferatu, de 1922,
dirigido por F.W. Murnau e estrelado
por Max Schreck, é um perfeito
exemplar do Cinema Expressionista Alemão que fez a cabeça de muita gente,
inclusive do diretor Werner Herzog (de
O Enigma de Kaspar Hauser), que fez
questão de fazer um remake deste grande clássico do Cinema mundial.
O
corretor de imóveis Jonathan Harker (o ator suíço Bruno Ganz, de A Queda – As
Últimas Horas de Hitler) é encarregado de ir até a Transilvânia para vender
uma antiga casa para o sombrio Conde Drácula (o alemão Klaus Kinski, de Fitzcarraldo).
Apesar dos avisos de sua esposa, Lucy (a francesa Isabelle Adjani, de Rainha
Margot), Jonathan viaja e ao chegar ao castelo de Drácula, descobre que
este é um vampiro e acaba por ser escravizado. Drácula segue para a cidade onde
espalha a peste e o horror.
Ao
contrário do filme original, Nosferatu –
O Vampiro da Noite não teve problemas de direitos autorais e pode usar os
nomes dos personagens da obra de Bram
Stoker. Além de fazer uma refilmagem, Herzog fez uma homenagem ao mesmo
tempo respeitosa e carinhosa a Murnau, reproduzindo o clima gótico e a
atmosfera Expressionista de seu mestre. Estes aspectos aliados à sua direção
firme e precisa resultaram em um filmaço a ponto de muitos dizerem que este é o
filme de vampiros definitivo.
O
elenco está excelente, especialmente o astro principal, Klaus Kinski (que
sempre teve uma relação de amizade/hostilidade e amor/ódio com Herzog), cuja
atuação não fica a dever nada a Max Schereck e lhe valeu o prêmio de Melhor
Ator nos festivais Deutscher Filmpreis
(Alemanha), Cartagena (Colômbia) e San Jordi (Espanha).
Veja
aqui o trailer oficial de Nosferatu – O
Vampiro da Noite (original em alemão com legendas em inglês - HD):
Coração Satânico
(1986)
Se
há um filme capaz de gelar a espinha do espectador, este é, sem dúvida, Coração Satânico, baseado no romance Falling Angel, de William Hjortsberg.
Harry
Angel (Mickey Rourke, de O Lutador) é um detetive particular que
é contratado pelo misterioso Louis Cyphre (Robert
De Niro, de Um Senhor Estagiário)
para encontrar um cantor chamado Johnny Favorite, que teria rompido um contrato
feito com Cyphre. As investigações de Harry tornam-se cada vez mais tensas e o
levam até New Orleans, onde conhece Epiphany Proudfoot (Lisa Bonet, da série de TV The
Cosby Show), uma filha de um caso de Favorite. Entretanto, este encontro
irá resultar em um horror diretamente ligado a Louis Cyphre.
Embora
tenha feito filmes como Asas da Liberdade
e Expresso da Meia-Noite, a especialidade
do diretor inglês Alan Parker (de Mississipi em Chamas) eram musicais como
Bugsy Malone, Fama e Pink Floyd – The Wall, daí a surpresa
quando foi anunciado que ele faria um filme de terror. Nessa sua única incursão
no gênero, Parker conseguiu fazer um filme assustador e psicológico e com
muitos elementos de filmes Noir, que
consagrou obras como Relíquia Macabra
(1941). Ganhou status de filme Cult.
Mickey
Rourke está bem como o detetive particular decadente que se afunda cada vez
mais em sua investigação e Lisa Bonet transpira sexualidade por todos os poros
de seu corpo. A cena de sexo entre eles foi tão tórrida que tiveram que cortar
alguns segundos para que a classificação do filme não se destinasse somente a
adultos.
Mas
é Robert De Niro o grande nome de Coração
Satânico. O “tinhoso” de De Niro, com suas unhas crescendo ao longo do
filme, consegue ser, simultaneamente, aterrorizante, cool e com um senso de humor sutil! É um daqueles personagens
inesquecíveis.
Veja
aqui o trailer oficial de Coração Satânico
(original em inglês - HD):
Lobo (1994)
Durante
um bom tempo, filmes de lobisomens ficaram meio por baixo, mas Lobo ressuscitou o gênero com muita
classe.
Will
Randall (Jack Nicholson, de Batman) é um editor de revistas que, um
dia, perde o emprego para o seu jovem protegido, Stewart Switon (James Spader, de Sexo, Mentiras e Videotapes) e, como se não bastasse, Will descobre
que sua esposa tem um caso com Stewart. Durante uma viagem de carro, Will,
acidentalmente, atropela um lobo. Quando ele vai checar a carcaça do animal,
este ainda está vivo, lhe dá uma mordida e foge. A partir daí, Will começa a
sentir revitalizado e rejuvenescido, mas também mais agressivo e com lapsos de
memória até que, horrorizado, descobre que se transforma em lobisomem e ataca
as pessoas. Nesse meio tempo, Will começa a se relacionar com a rica herdeira
Laura Alden (Michelle Pfeiffer, de As Bruxas de Eastwick) e consegue reaver
seu emprego desmascarando Stewart. O que Will não sabe é que Stewart também foi
mordido por um lobo e quer vingança.
O
diretor Mike Nichols era conhecido
por seus filmes sofisticados como, por exemplo, A Primeira Noite de Um Homem (1967, que lhe deu o Oscar de Melhor
Diretor), e surpreende nesta sua primeira – e única – investida em filmes de
terror. Com uma ótima direção, Nichols consegue fazer um grande clima sombrio tanto
nas cenas diurnas como, principalmente, nas noturnas. O elenco está em grande
forma, com destaque para o trio Nicholson-Pfeiffer-Spader. A cena de luta entre
Will e Stewart, filmada em câmera lenta, é o ponto alto do filme.
Lobo
conquistou o prêmio de Melhor Roteiro no Saturn
Awards. A maquiagem usada por Jack Nicholson no filme, curiosamente, o
deixou muito parecido com Wolverine, personagem da franquia X-Men interpretado pelo ator australiano
Hugh Jackman.
Veja
aqui o trailer oficial de Lobo
(original em inglês):
Psicopata Americano
(2000)
Mais
uma produção independente que se tornou um sucesso-surpresa. Psicopata Americano é baseado na polêmica
obra original do escritor estadunidense Breton
Easton Ellis.
Patrick
Bateman (vivido pelo inglês Christian
Bale, de Império do Sol) é um
Yuppie (executivo da bolsa de valores) na Nova York da década de 1980 e tem
tudo aquilo que alguém de sua classe deseja: é rico, jovem, bem apessoado,
janta nos melhores restaurantes, diverte-se nas casas noturnas mais badaladas,
tem uma linda namorada (e uma amante igualmente linda) e toda a cocaína que
quiser cheirar. Porém, por atrás dessa aparência de profissional bem sucedido,
esconde-se um serial killer do pior tipo, que mata por tudo e por nada, sempre
com requintes de crueldade.
O
romance original criticava a vida artificial e vazia dos Yuppies, mas causou
polêmica pelo modo como as mulheres – as vítimas preferenciais de Bateman -
eram tratadas, além das cenas de violência e sadismo. A diretora do filme, a
canadense Mary Harmon (Um Tiro para Andy Warhol) consegue levar
toda essa polêmica para as telas com uma direção firme e segura. As cenas do
ritual do banho de beleza de Bateman, a “guerra dos cartões de visitas” e do
assassinato do rival de Bateman, Paul Allen (vivido por Jared Leto, de Esquadrão
Suicida), ao som da banda pop Huey
Lewis & The News, são algumas das várias cenas impagáveis e
inesquecíveis de Psicopata Americano.
Christian
Bale está com uma atuação excepcional como Patrick Bateman, além de mostrar uma
excelente forma física. Tudo isso unido ao sucesso do filme valeu a Bale um
convite para trabalhar na trilogia de Batman
dirigida pelo seu conterrâneo, Christopher
Nolan (de Interestelar).
Psicopata Americano
uma continuação feita em 2002 e lançada diretamente em vídeo, mas passou
despercebida.
Veja
aqui o trailer oficial de Psicopata
Americano (dublado – HD):
A Mulher de Preto
(2012)
A
produtora inglesa Hammer Films realizou grandes filmes de terror como A Maldição de Frankenstein (1956) e O Vampiro da Noite (1958), e tornou-se
uma referência para os fãs do horror. Mas, na década de 1970, entrou em decadência
e encerrou suas atividades em 1979. Porém, para a alegria desses mesmos fãs, a
boa e velha Hammer voltou à ativa em 2007. Um dos filmes que marcaram essa
volta foi A Mulher de Preto.
Baseada
na obra da escritora inglesa Susan Hill,
A Mulher de Preto conta a história
do jovem advogado Arthur Kipps (o inglês Daniel
Radcliffe, da franquia Harry Potter)
que recentemente, perdeu a sua esposa após esta dar a lua ao seu filho, Joseph
(Misha Handley, sobrinho de Radcliffe
na vida real). Kipps recebe o trabalho de fazer o inventário de uma velha casa
no interior da Inglaterra e, durante a viagem, conhece o rico fazendeiro Sam
Daily (o norte-irlandês Ciarán Hinds,
de Munique), de quem se torna amigo. Ao
chegar ao seu destino, toma conhecimento da lenda da antiga proprietária da
casa, conhecida como A Mulher de Preto. Segundo a lenda, A Mulher de Preto faz
as crianças cometerem suicídio como vingança por ter perdido seu filho. Kipps
não acredita até que uma série de acontecimentos o faz mudar de ideia.
O
diretor James Watkins (Bastille Day),
fez um terror psicológico dando ênfase à tensão, aos sustos repentinos e ao
clima gótico. A Mulher de Preto não
apela para cenas de muita violência nem para nudez ou erotismo, o que faz desse
filme um terror de classe que, ajudado pela boa atuação de Radcliffe, foi bem
recebido pela crítica.
Teve
uma sequência lançada em 2014 chamada A
Mulher de Preto 2: Anjo da Morte, que foi bem nas bilheterias, mas
considerado pela crítica como inferior ao original.
Veja
aqui o trailer oficial de A Mulher de
Preto (legendado – HD):
Sexta-Feira 13 Parte VI
– Jason Vive (1986)
É
claro que ele não poderia faltar! Esta seleção não estaria completa sem a
presença de Jason Voorhees, o “herói” de uma das maiores franquias do Cinema, Sexta-Feira 13.
Em
Sexta-Feira 13 Parte VI – Jason Vive, Tommy
Jarvis (Thom Mathews, de A Volta dos Mortos Vivos), ainda sofre
de alucinações com o falecido assassino Jason Voorhees e decide ir até o
cemitério onde ele está enterrado para destruir seu corpo. Quando Tommy abre o
caixão, enfia uma barra de ferro no peito Jason, mas um raio cai e traz de
Jason de volta à vida e ao que mais gosta de fazer: matar pessoas. Tommy vai
atrás de Jason e o enfrenta em um confronto explosivo.
Os
fãs da franquia não gostam de admitir, mas Sexta-Feira
13 é, no fundo, uma cópia descarada de outra franquia de terror: Halloween. Entretanto, ganhou
personalidade própria, fazendo de Jason um dos grandes vilões do cinema.
O
diretor Tom McLoughlin (Minha Garota é Um
Anjo) veio da televisão onde escrevia roteiros para comédias e achou que
poderia por uma pitada de humor em Sexta-Feira
13 Parte VI – Jason Vive, o que se revelou uma decisão acertada. Muitas vezes,
o terror acaba se tornando um “terrir”, o que fez com que os fãs de Sexta-Feira 13 considerem Sexta-Feira 13 Parte VI – Jason Vive o
melhor filme da franquia até hoje. Na trilha sonora, destaque para o rockeiro Alice Cooper, que compôs a música tema
do filme: He’s Back (The Man Behind The
Mask).
E
a cada novo filme da franquia, Jason se mostra cada vez mais imortal. Haja sangue...
Veja
o vídeo oficial da música He’s Back (The
Man Behind The Mask) de Alice Cooper,
e com cenas de Sexta-Feira 13 Parte VI –
Jason Vive (original em inglês):
Publicado no LinkedIn em 14/05/2016.
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