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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Crítica - Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim | É elementar, meus caros!


Gnomos são criaturas mitológicas inclusas entre os seres elementais (ligados à natureza) da terra no folclore europeu. Segundo a crença, são pessoas de tamanho minúsculo que vivem embaixo da terra, em minas ou em troncos ocos de árvores onde também guardam seus tesouros. Sua função principal é equilibrar as energias das plantas e dos minerais. Existem três tipos de gnomos: da casa (cuidam das pessoas e animais domésticos e, em troca, recebem alimento), do jardim (cuidam das flores) e da floresta (cuidam das árvores, plantas e animais silvestres e evitam contato com os humanos).

Os gnomos estão presentes na literatura. O texto mais antigo conhecido sobre essas criaturas é  o Ex Livro de Nymphis, Sylvanis, Pygmaeis, Salamandris et Gigantibus, etc, de autoria do místico suíço Paracelsus (1493-1541), escrito no século XVI. Foi a partir dessa época que iniciou-se o costume das pessoas colocarem imagens de gnomos feitos de porcelana e/ou gesso para enfeitar os jardins das casas. Por aqui, essas imagens receberam o infame nome de "anões de jardim".

Pode-se encontrar menção sobre eles na série de livros sobre o reino encantado de Oz - o mais conhecido é O Mágico de Oz - de autoria de L. Frank Baum (1856-1919); na série As Crônicas de Nárnia, de autoria de C. S. Lewis (1898-1963); no livro Cartas de Papai Noel, o escritor J. R. R. Tolkien (1892-1973, autor da saga O Senhor dos Anéis) apresenta os gnomos como ajudantes do Bom Velhinho. Os gnomos também aparecem nos livros de Harry Potter, escritos pela autora J. K. Rowling. Muitos desses livros, como o bom cinéfilo sabe, foram adaptados para o cinema. 

Em 1976, o escritor holandês Wil Huygen, em conjunto com seu compatriota, o ilustrador Rien Poortvliet, lançaram com grande sucesso internacional o livro Gnomos (lançado no Brasil em 1987 pela Editora Siciliano que, atualmente, está fora de catálogo), um verdadeiro "tratado" sobre as simpáticas criaturinhas, que acabou por gerar o desenho animado de mesmo nome, em 1980, indicado ao prêmio Emmy (o Oscar da televisão estadunidense) de Melhor Animação. 

Em 2011, os gnomos reapareceram no cinema na animação Gnomeu e Julieta. Dirigido por Kelly Asbury (Shrek 2), este desenho animado fazia uma original adaptação da peça teatral Romeu e Julieta, de autoria de William Shakespeare (1564-1616). Os personagens-título eram dublados por James McAvoy (O Último Rei da Escócia) e Emily Blunt (A Garota no Trem), os consagrados Michael Caine (franquia Kingsman) e Maggie Smith (série Downton Abbey) dublaram Lorde Tijolinho e Lady Azulejo; além do rockeiro Ozzy Osbourne, que dublava o personagem Corça, e Patrick Stewart (franquia X-Men) que fazia a voz do Bardo de Stratford-Upon-Avon.

Gnomeu e Julieta foi um grande sucesso de bilheteria e muitos perguntavam quando viria uma sequência. Foi preciso esperar até o ano da graça de 2018 para essa continuação chegar às telas dos cinemas, mas a espera valeu a pena, como pode ser visto no igualmente original Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim.

Gnomeu (McAvoy), Julieta (Blunt); seus pais, Lorde Tijolinho (Caine) e Lady Azulejo (Smith); e demais gnomos de jardim, mudaram-se de Stratford-Upon-Avon para Londres. O casal de namorados é escolhido como os novos líderes do jardim. Julieta leva a responsabilidade muito a sério e, devido a isso, Gnomeu sente-se rejeitado.

Paralelamente a esses acontecimentos, o grande detetive Sherlock Gnomes (Johnny Depp, de Era Uma Vez no México) e seu assistente, o Dr. Gnomes Watson (Chiwetel Ejiofor, de Doze Anos de Escravidão) estão a perseguir o arqui-inimigo de Sherlock, Moriarty (Jamie Demetriou, de Paddington 2). Durante a perseguição, Moriarty, aparentemente, se quebra ao cair. Tudo parece terminado, mas Sherlock e Watson logo tomam conhecimento de um novo caso: vários gnomos de jardim desaparecem misteriosamente.

Assim como Shakespeare, o criador de Sherlock Holmes, Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), é um dos grandes autores dos países de língua inglesa. Seu personagem inseriu-se de tal forma no imaginário popular a ponto de, até os dias de hoje, muita gente achar que ele é real e enviarem cartas ao seu endereço na rua Baker 221-B (a rua existe, mas o número não), para pedir sua ajuda para resolver um caso.

Nenhum outro personagem literário teve tantas adaptações nas telas grandes ou pequenas, seja em filmes live action ou desenhos animados - dentre estas está uma elogiadíssima série de TV produzida na antiga União Soviética (URSS), na década de 1970. 

Muitos grandes atores interpretaram Holmes e Watson ao longo dos anos, indo desde Basil Rathebone e Nigel Bruce (de uma série de 14 filmes nas décadas de 1930 e 1940 e considerados os seus melhores intérpretes), passando por Nicol Williamson e Robert Duvall (Visões de Sherlock Holmes, 1974), Roger Moore e Patrick Macnee (Sherlock Holmes em Nova York, 1976), Christopher Plummer e James Mason (Assassinato Por Decreto, 1979), Joaquim de Almeida e Anthony O'Donnell (no filme brasileiro O Xangô de Baker Street, 2001) e chegando até Ian McKellen (Sr. Holmes, 2015). 


Devo dizer que eu mesmo sou um grande fã do detetive e de seu assistente médico. Sou de uma geração que, quando criança, conhecia Holmes pela sua aparência (chapéu e capa), manias (cachimbo e violino), grande inteligência e seu infalível bordão: "Elementar, meu caro Watson". Comecei a ler os seus romances e contos quando era um pouco mais velho, no início da adolescência, o que aumentou meu fascínio.

Sem querer ser saudosista, a grande dificuldade em Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim está justamente no pouco conhecimento da obra de Conan Doyle pela geração atual. 

Embora, de uns anos para cá, haja um "renascimento" da dupla Holmes-Watson com filmes como os da franquia Sherlock Holmes (2009), com Robert Downey Jr (Homem de Ferro) e Jude Law (A. I. - Inteligência Artificial); e séries de TV como Sherlock (2010), com Benedict Cumberbatch (Dr. Estranho) e Martin Freeman (Pantera Negra), e estejamos em uma era tecnológica com informações em tempo real, a garotada de hoje lê muito pouco os livros do investigador da rua Baker e seu melhor amigo.

Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim está cheio de referências aos romances e contos de Sherlock Holmes como, por exemplo, "O Problema Final" e "Um Escândalo na Boêmia", com a personagem Irene (dublada pela cantora Mary J. Blige), que é a astuta Irene Adler do conto, e, no desenho, é uma ex-namorada de Sherlock. Essas referências podem deixar as crianças menores um pouco no ar.

Apesar disso - ou talvez por causa disso -, o diretor John Stevenson (Kung-Fu Panda) consegue fazer a historia fluir muito bem, quase não se sente o tempo passar com cenas movimentadas e divertidas e  ritmo dinâmico. O roteiro de Ben Zazove (O Fada do Dente 2) mescla com sucesso e muita naturalidade personagens de gêneros literários tão díspares e de épocas tão distantes um do outro.

A dublagem original feita por grandes astros e estrelas (no Brasil, não haverá nenhum nome conhecido na dublagem em português) é muito bem feita, o que garante a qualidade por si só. Chamou-me a atenção que o estadunidense Johnny Depp tenha sido escolhido para dublar Sherlock ao invés de um britânico "da gema" como Colin Firth (O Discurso do Rei), ou o próprio Benedict Cumberbatch. Mas, Depp faz bem o sotaque da terra de Avalon e não compromete. 

A trilha sonora de Chris Bacon (sériede TV O Tick) é bem adequada a essa produção, mas o que chama mais a atenção são as canções do excêntrico, engraçado e supertalentoso cantor de Pop-Rock Elton John (O Rei Leão) feitas em parceria com o seu velho chapa, o letrista Bernie Taupin. É possível identificar grandes sucessos de Elton tais como Crocodile Rock e Saturday Night's Alright for Fighting, entre outros.

A propósito, Elton John é o produtor-executivo de Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim por meio de sua companhia, a Rocket Pictures, que já havia produzido o desenho anterior e que vai continuar investindo em filmes do universo infantil e infanto-juvenil, sendo que uma de suas próximas produções será uma adaptação de uma série de livros infantis chamada N.E.R.D.S. - bem ao gosto de Elton - em data ainda a ser anunciada.

Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim é o tipo de filme que as crianças vão amar - mesmo não conhecendo muito os livros de Arthur Conan Doyle - e os adultos vão curtir pacas devido ao seu apelo fácil e divertido, afinal ninguém resiste a um caso policial cheio de mistério e aventuras. É elementar, caros leitores e leitoras. 


FICHA TÉCNICA
  • Título Original: Sherlock Gnomes
  • Direção: John Stevenson
  • Elenco (dubladores originais): James McAvoy (Gnomeu), Emily Blunt (Julieta), Johnny Depp (Sherlock Gnomos), Chiwetel Ejiofor (Gnomo Watson), Michael Caine (Lorde Tijolinho), Maggie Smith (Lady Azulejo), Ozzy Osbourne (Corça), Jamie Demetriou (Moriarty)
  • RoteiroBen Zazove
  • Música: Chris Bacon (trilha sonora), Elton John e Bernie Taupin (canções)
  • Duração: 88 minutos
  • Ano: 2018
  • Lançamento comercial no Brasil: 31/05/2018

RESUMO DO FILME
Quando vários gnomos começam a desaparecer do jardim sem nenhuma explicação, Gnomeu e Julieta chamam o grande detetive Sherlock Gnomes e seu assistente, Gnomo Watson, para resolverem o mistério.

          COTAÇÃO
           ✪✪✪✪½


Veja aqui o trailer oficial de Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim (dublado - HD):



Publicado no LinkedIn e no AdoroCinema em 30/05/2018.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Crítica: Colheita Amarga | Dramalhão com pretensão de ser épico


Yuri (Max Irons, de A Mulher de Ouro) é um jovem oriundo de uma família de cossacos de uma aldeia no interior da  Ucrânia que, ao contrário de seu pai e seu avô, Ivan (Terence Stamp, de Priscila, a Rainha do Deserto), prefere as artes às armas. Desde criança é apaixonado por Nathalka (Samantha Barks, de Les Misérables), com quem se casa. 

Devido à política de coletivização forçada de fazendas imposta pelo sanguinário ditador da URSS, Josef Stálin (Gary Oliver, da série de TV Games of Thrones), que gera uma grande fome no país, é forçado a ir para Kiev para trabalhar e enviar dinheiro para a família enquanto estuda na faculdade de Belas Artes. A aldeia é tiranizada pelo cruel oficial Serguei (Tamer Hassan, de A Promessa) e Yuri volta para lutar e salvar sua família.

Antes de passarmos à crítica propriamente dita, é importante saber alguns fatos históricos para uma melhor compreensão da análise do filme.

Ao longo da história, as relações entre Ucrânia e Rússia sempre foram tensas, seja no tempo do czares, quanto no período soviético e, atualmente, como país independente e postulante à União Européia (UE). Essa tensão aumentou ainda mais com a anexação da Criméia pela Rússia, em 2014.

Colheita Amarga fala de uma grande tragédia ocorrida na Ucrânia entre 1932 e 1933, que passou à história com o nome de Holodomor, termo que vem de "Морити голодом" (''mor'yty g'holod'om"), tem como raiz etimológica as palavras ''holod'' (fome) e ''moryty'' (matar através de privações, esfaimar), que significa "matar pela fome".

Após o triunfo da Revolução Russa de 1917, o governo liderado por Vladimir Lênin (1870-1924) assinou vários decretos nesse mesmo ano. Dentre estes estava a Declaração dos Direitos dos Povos da Rússia, a qual dizia que povos de etnia não-russa tinham o direito à sua autodeterminação, separarem-se da Rússia e terem seus próprios Estados independentes. Vários povos declararam a sua independência e estabeleceram seus países, dentre estes a Ucrânia, em janeiro de 1918.

Porém, esse período de independência ucraniana foi breve. Mal havia saído da I Guerra Mundial, a Rússia entrou em uma Guerra Civil, em 1918, que durou até 1921. Em 1919, A Ucrânia tornou-se uma república socialista e foi unida à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), quando esta foi criada, em 1922. Apesar disso, o ideal nacional ucraniano sobreviveu e sua língua e cultura conheceram uma época de florescimento, graças à política soviética de nacionalidades.

Lênin sofreu por três vezes um ataque vascular cerebral (AVC), que deteriorou muito a sua saúde. Mesmo doente, ele expressou sua preocupação ao aumento da burocratização dentro do Partido Comunista (PC) e oposição ao crescimento do poder de Josef Stálin (1878-1953).  

O Pai da Revolução faleceu em 1924, e, no seu testamento, recomendou expressamente o afastamento de Stálin do Comitê Central (CC) e do cargo de secretário-geral do partido e que esse mesmo cargo fosse passado para Leon Trótski (1879-1940), o criador e organizador do Exército Vermelho, a quem julgava mais capaz de liderar a URSS.

Porém, Stálin, que tinha a astúcia de uma raposa, foi mais rápido, consolidou seu poder graças à burocracia do PC, baniu Trótski e tornou-se senhor absoluto da URSS impondo a sua visão de Socialismo, que era diferente de Lênin. Essa visão incluía a industrialização acelerada - muitas vezes sem nenhum critério e com prazos irreais - e a coletivização forçada das terras cultiváveis.

Como os camponeses da Ucrânia resistiam a essa política, Stálin - que culpava os nacionalistas, agentes poloneses e os "Kulaks" (camponeses ricos) - decidiu usar a fome, provocada de modo artificial, para "dar uma lição aos camponeses". "Koba" (alcunha do tirano) sabia que a população rural (cerca de 80% do total na época) era a espinha dorsal no nacionalismo ucraniano.

Devido à fome, muitos camponeses migraram para as áreas metropolitanas, mas, ainda assim, pereciam famintos nas ruas. Literalmente. Há muitas fotos daquele tempo que mostram pessoas mortas nas vias públicas da capital, Kiev, e de outras cidades. Estima-se que o número de vítimas do Holodomor foi entre três e cinco milhões de pessoas.

Colheita Amarga é um produção canadense que foi rodada totalmente na Ucrânia. O ator canadense de ascendência ucraniana, Richard Bachysnky Hoover (Vingança Sem Limite), ficou obcecado com a história do Holodomor após uma visita ao país. Descobriu que, além dos próprios filmes ucranianos como Famine-33 (1991) e O Guia (2014), não havia nenhum outro filme que falasse sobre a tragédia, principalmente em inglês.

Após falar com o investidor Ian Ihnatowycz, também um canadense descendentes de ucranianos, conseguiu um orçamento de U$ 21 milhões para fazer o filme. O diretor escolhido foi George Mendeluk (do telefilme O Enxame), mais um vindo de família ucraniana. Mendeluck e Hoover escreveram o roteiro baseado em uma história criada pelo ator.

É aí que começam os problemas. Embora seja louvável a iniciativa de contar a história dessa tragédia ao mundo, o roteiro de Hooper - um estreante na função - é capenga, com falta de impacto emocional, sendo mais um dramalhão que não funciona muito bem. E a direção de Mendeluk não passa de banal, sem nenhum momento marcante.

Colheita Amarga salva-se por seu elenco competente. Filho do grande ator Jeremy Irons (Liga da Justiça), Max Irons mostra que está aprendendo bem as lições de seu pai. É de fato, bom ator e, diante do roteiro e direção medíocres, consegue dar sensibilidade ao seu personagem. 

Tal qual Max, Samantha Barks também salva-se graças à sua performance e beleza. O veterano Terence Stamp dá a dignidade necessária ao patriarca do clã cossaco. Aos 79 anos de idade, o experiente astro está em grande forma artística - e até mesmo física, como demonstram nas cenas em que anda a cavalo. 

Quem surpreende agradavelmente é Gary Oliver no papel de Stálin. Ele convence bastante no papel do ditador, com uma atuação acima da média, e, mesmo aparecendo pouco, faz sentir a sua presença ao longo do filme a ponto de, até mesmo, roubar as cenas dos principais protagonistas ainda que nunca apareça junto deles.

O vilão de Tamer Hassan, Serguei, segue a batida fórmula do "vilão-malvado-que-tem-o-fim-merecido", mas também tem boa atuação de seu intérprete. O restante do elenco não compromete.

A fotografia de Douglas Milsone (Nascido Para Matar) é boa e consegue captar toda a beleza da flora ucraniana. A reprodução de época é bem competente, mas a trilha sonora de Benjamin Wallfisch (Blade Runner 2049) mostra falta de inspiração.

Colheita Amarga é um filme que tinha a pretensão de ser épico (dá para perceber que a produção é caprichada), mas não consegue nem mesmo funcionar direito como dramalhão e, muito menos ainda, como denúncia do genocídio perpetrado pelo carniceiro Stálin, o que é uma pena, pois as vítimas da fome mereciam algo muito melhor do que este infeliz e pretencioso filme.



FICHA TÉCNICA
  • Título Original: Bitter Harvest
  • Direção: George Mendeluk
  • Elenco: Max Irons (Yuri), Samantha Barks (Nathalka), Terence Stamp (Ivan), Tamer Hassan (Serguei), Gary Oliver (Stalin)
  • RoteiroRichard Bachynsky Hoover, George Mendeluk
  • Música: Benjamin Wallfisch
  • Fotografia: Douglas Milsome
  • Duração: 103 minutos
  • Ano: 2017
  • Lançamento comercial no Brasil: 24/05/2018

RESUMO DO FILME
Yuri é um jovem artista em uma família de cossacos da Ucrânia. Quando o Exército Vermelho, a mando de Stalin, invade seu país e muda a sua vida ele precisa lutar para salvar sua família

          COTAÇÃO
          ✪ ✪ 


Veja aqui o trailer oficial de Colheita Amarga (legendado - HD):



Publicado no LinkedIn e no AdoroCinema em 26/05/2018.

sábado, 19 de maio de 2018

Amazon vai produzir série sobre Diego Maradona


A Amazon Prime Video, canal streaming do grupo Amazon, vai produzir uma série biográfica do maior futebolista argentino de sempre, Diego Maradona. A série irá destacar os momentos mais destacados, obscuros, polêmicos e gloriosos do "Pibe de Oro"("Garoto de Ouro", em espanhol), que inclui a conquista da Copa do Mundo de 1986.

Segundo o vice-presidente da Amazon Prime Video, Brad Beale, "Há poucos jogadores cuja notoriedade transcende gerações e fronteiras geográficas. Diego Maradona é um nome muito conhecido ao redor do mundo e os melhores momentos de sua carreira são tidos entre os maiores momentos da história do futebol".

Não é a primeira vez que fazem um filme sobre Diego Maradona. O futebolista portenho já apareceu em El Día que Maradona Conoció a Gardel (1996), dirigido por Rodolfo Pagliere; e em vários documentários tais como Amando a Maradona (2005), de Javier Vásquez; Maradona by Kusturica (2008), do documentarista sérvio Emir Kusturica (Zavet); e, para breve - está em processo de pós-produção -,  Maradona, de Asif Kapadia, vencedor do Oscar pelo documentário Amy (2015) e do Bafta (o Oscar britânico) por Senna (2010).

Diego Maradona demostra, mais uma vez, que é mesmo um megacraque, dentro ou fora de campo.



Veja aqui o Gol do Século marcado por Diego Maradona na Copa do Mundo de 1986 (legendado - HD):



Publicado no LinkedIn em 19/05/2018.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Festival de Cannes 2018 | Filme produzido por Brasil e Portugal ganha o grande prêmio do júri


O filme brasileiro Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, dirigido a quatro mãos pelo cineasta português João Salaviza (Arena) e a brasileira Renné Nader (cinematógrafa que faz sua estréia como diretora), conquistou o Grande Prêmio do Júri na semana Un Certain Regard (Um Certo Olhar)  do Festival de Cannes, na França. Não bastasse isso, o filme foi aplaudido em pé após a sua exibição no festival.

Rodado no estado de Tocantins, Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos conta a história do índio Ihjãc, um jovem da nação indígena Krahô que, após um encontro com o espírito de seu falecido pai, vê-se obrigado a realizar a festa pelo fim do luto.

Sobre a premiação de Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, Salaviza e Nader comentaram: "O Brasil indígena é historicamente negado, silenciado, assassinado. Mas, é justamente esse Brasil que sai exaltado de Cannes. (...) A importância desse reconhecimento transcende o gesto cinematográfico, até porque existem hoje no Brasil dezenas de diretoras e diretores indígenas que estão contando suas histórias e são donos de suas imagens. É maravilhoso estarmos aqui e é uma pequena revolução , mas a grande revoluçào terá acontecido quando esses cineastas também estiverem ocupando esses lugares".

É importante dizer que, quando da apresentação da equipe de filmagens de Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos para a imprensa internacional, foi feito um protesto contra o governo brasileiro por não impedir o desmatamento da floresta amazônica e pelo massacre da população indígena.

Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos ainda não tem data de estréia prevista no Brasil, mas esperemos que não demore.   


Veja aqui vídeo oficial do Festival de Cannes que apresenta a equipe de Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (HD):


Veja aqui uma cena do filme Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (HD):


Publicado no LinkedIn em 18/05/2018.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Série Especial | Filmes de Futebol Para Ver Durante a Copa do Mundo 1: Ruth (Portugal - 2018)


Panorama do Cinema tem uma novidade para todos os que o acompanham: Série Especial. Trata-se de uma série temática sobre  filmes que tem um determinado assunto como premissa. Como estamos em tempos de Copa do Mundo, o primeiro tema escolhido é o esporte bretão amado por todos os brasileiros: futebol.

Entre os filmes escolhidos estão: Copa 78 - O Poder do Futebol (Brasil - 1979), Todos os Corações do Mundo: A Paixão do Futebol (Brasil/ EUA - 1995), A Copa (Butão - 1999), O Milagre de Berna (Alemanha - 2003)Mundialito (Uruguai - 2010). Vamos iniciar a série com o filme Ruth (Portugal - 2018).

Eusébio (o ator e cineasta Igor Regalla, de O Grande Circo Místico) é um jovem de 16 anos e habilidoso futebolista na Moçambique - então colônia de Portugal - do início da década de 1960. Seu talento logo chama a atenção dos dois maiores clubes portugueses: Benfica e Sporting. As duas agremiações começam uma verdadeira guerra para ter Eusébio em suas fileiras e, para isso, utilizam-se de todos os tipos de estratagemas. 

Ruth trata sobre um episódio da vida de Eusébio da Silva Ferreira, mundialmente conhecido como Eusébio (1942-2014), cuja  alcunha era Pantera Negra; maior futebolista português de sempre; artilheiro e melhor jogador da Copa do Mundo de 1966, que foi disputada na Inglaterra, na qual Portugal obteve um brilhante terceiro lugar. 

Apesar do tom descontraído, o filme não deixa de retratar a situação do país na época, que vivia sob a cruel ditadura fascista do tirano Antonio Salazar (1889-1970) e que também iniciava uma guerra contra as suas colônias africanas, que clamavam por independência. Essa guerra só terminaria com o triunfo da Revolução dos Cravos, em 1974.

Dirigido pelo cineasta Antonio Pinhao Botelho (que, por acaso, é um torcedor fanático do Benfica), Ruth fez sua estréia comercial em 3 de maio último, em Lisboa, com boa recepção por parte da crítica e público. Ainda não há uma data definida para sua estréia no Brasil. 

Ruth é uma comédia leve e divertida que vale a pena conhecer!


A seguir: Mundialito.


Veja aqui o trailer oficial de Ruth (em português europeu e português moçambicano - HD):



Publicado no LinkedIn em 17/05/2018.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Um Gato de Rua Chamado Bob | Gato de Rua Bob ganha desenho animado


O conto de fadas do músico e escritor James Bowen e seu gato cor de laranja, Bob, continua. Após a boa recepção do filme Um Gato de Rua Chamado Bob (veja a crítica aqui), adaptado do best seller de mesmo nome, que conquistou o prêmio de Melhor Filme Britânico do National Film Awards UK superando o vencedor do Festival de Cannes e favorito ao prêmio, Eu, Daniel Blake, do cineasta Ken Loach (veja aqui), o felino mais famoso do mundo agora parte para conquistar o público infantil.

Foi lançado em abril último, uma série de desenhos animados em curta-metragem de Bob na internet chamado Streetcat Bob (Gato de Rua Bob). Nesta série, Bob vive no parque Bowen, onde se passa as divertidas estórias, junto com seus amigos: o zangão Buzz, o ouriço Spike, a raposa Scarlett, os esquilos Nutty & Crunch e o pombo Dave.

Criado pelos animadores Debbie MacDonald e Gary Jenkins, e com produção executiva do próprio James Bowen, Streetcat Bob não tem diálogos, mas é perfeitamente compreensível tanto pelas crianças britânicas quanto as de outros países, o que acaba por ter um alcance universal. E, para delírio dos fãs, o Bob animado não deixa de fazer o seu famoso cumprimento "high five"!

Usando uma expressão antiga, o desenho é recomendado para crianças de 7 a 77 anos...

Os desenhos de Streetcat Bob podem ser vistos gratuitamente em seu site oficial ou no seu canal de vídeos no YouTube


Veja aqui o making of de Streetcat Bob (HD):





Veja aqui o trailer de Streetcat Bob (HD):




Publicado no LinkedIn em 14/05/2018.

sábado, 12 de maio de 2018

Roman Polanski vai processar a Academia de Cinema de Hollywood


O cineasta franco-polonês Roman Polanski (O Escritor Fantasma), em entrevista à rede de notícias Euronews, disse que irá processar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, em Hollywood, que, simplesmente, organiza a cerimônia do mais famoso prêmio do cinema mundial, o Oscar

Roman Polanski - que conquistou o Oscar de Melhor Diretor, em 2003, por O Pianista e a Palma de Ouro no Festival de Cannes pelo mesmo filme no mesmo ano - disse que o motivo dessa sua decisão foi pelo fato de ter sido expulso da Academia como consequência dos escândalos de abuso e assédio sexual que vem ocorrendo nos EUA sem ter tido a chance de se defender e ser ouvido de maneira justa. 

O advogado de Roman Polanski acrescentou que, ao expulsar o cineasta, a Academia não respeitou o próprio código, além de infringir a legislação do estado da Califórnia.

Em 1977, Roman Polanski foi acusado de estupro contra a jovem Samantha Geimer que, à época, tinha 13 anos de idade. O caso foi para justiça dos EUA, que considerou Roman Polanski culpado das acusações. Antes de ir à corte ouvir a sentença, o cineasta exilou-se na França e nunca mais voltou ao território estadunidense.

Em uma entrevista na Polônia, Polanski - atualmente com 84 anos de idade - chamou o movimento #MeToo (criado a partir dos casos de abuso e assédio sexual que sacodem Hollywood e que tem como uma das suas mais famosas simpatizantes, a atriz e apresentadora Oprah Winfrey) de "histeria de massa"e "total hipocrisia". 

O comediante Bill Cosby (Papai Fantasma), recentemente condenado pela justiça por abusos sexuais, também foi expulso da Academia na mesma semana que Roman Polanski. 


Veja aqui a matéria da Euronews com Roman Polanski (traduzida em português europeu):


quarta-feira, 9 de maio de 2018

Crítica: Desejo de Matar | Remake errado na hora errada


Paul Kersey (Bruce Willis, da franquia Sin City) é um médico pacato que vive em Chicago com sua esposa, Lucy (Elisabeth Shue, de Uma Noite de Aventuras), e sua filha Jordan (a atriz e modelo argentina Camila Morrone, de Bukowski). Uma noite, enquanto Paul está no seu turno no hospital, tres ladrões invadem sua casa, matam Lucy e deixam Jordan gravemente ferida. Apesar dos detetives Kevin Raines (Dean Norris, da serie Breaking Bad) e Lenore Jackson (Kimberly Elise, da serie Hit The Floor) garantirem que irão pegar os meliantes, Paul fica inconformado com a morosidade da polícia e decide ele mesmo caçar e punir os criminosos.

Na decada de 1970, a cidade de Nova York estava falida e vivia um surto de criminalidade sem precedentes, o que incluía a ação de "justiceiros" (nos EUA usam o termo espanhol "vigilante"). Inspirado nessa situação crítica, o escritor Brian Garfield concebeu, em 1972, o romance Death Wish, no qual o contador Paul Benjamin torna-se um "vigilante" após sua esposa e filha sofrerem ataque de bandidos. O livro condenava o vigilantismo e foi sucesso de crítica (embora não de vendas).

O romance chamou a atenção do  famoso produtor independente italiano Dino De Laurentiis (La Strada), que comprou os direitos do livro para realizar uma adaptação cinematográfica. A direção ficou a cargo do inglês Michael Winner (Scorpio) depois de Sidney Lumet (Um Dia de Cão) deixar o projeto para dirigir Serpico (1973). O ator Charles Bronson (Sete Homens e Um Destino) ficou com o papel principal depois de Jack Lemmon (franquia Dois Velhos Rabugentos) e o cantor Frank Sinatra terem declinado da oferta.

O sobrenome do personagem foi alterado de Benjamin para Kersey e sua profissão passou de contador a de arquiteto, mas a premissa básica permanecia a mesma: homem que se tornava "vigilante" após assalto que se tornou um pesadelo.

Lançado em 1974, Death Wish foi um grande sucesso de bilheteria. Bronson, que era até então um ator de sucesso apenas razoável (era mais conhecido na Europa e Ásia), tornou-se um astro de primeira grandeza consagrando-se no papel de "vigilante", que repetiria em vários outros filmes.

Ao ver o filme pronto, Brian Garfield - assim como a crítica especializada - ficou horrorizado com o resultado, pois a película fazia justamente o contrário de seu livro: a defesa do vigilantismo no melhor estilo "bandido bom é bandido morto". 

Garfield ficou tão indignado que escreveu a sequência de Death Wish, chamada de Death Sentence (Sentença de Morte), na qual, além de, novamente, condenar o vigilantismo, dá a Paul Benjamin o merecido castigo.

Indiferente a indignação de Garfield, pois, em Hollywood, o dinheiro fala mais alto, houve mais quatro sequências de Death Wish - uma pior do que a outra - sempre a seguir o mesmo estilo e com Charles Bronson a frente do elenco. E podem estar certos que haveriam mais, se o ator não tivesse falecido em 2003.

O mundo mudou de 1974 para os dias de hoje. A criminalidade em Nova York caiu bastante após a política de "tolerância zero" praticada pelo ex-prefeito Rudolf Giulianni. Os EUA preocupam-se atualmente mais com os mísseis da Coréia do Norte do que com a criminalidade - embora cidades como Los Angeles ainda tenham um nível de violência urbana relativamente alto.

Fazer remakes de filmes de sucesso nem sempre dão certo e, em se tratando de um sucesso polêmico como Death Wish, pode sair mais errado  que se pensa. 

Para começar, este Desejo de Matar foi lançado apenas dezesseis dias após a tragédia ocorrida na escola Stoneman Douglas High School, na Flórida, onde 17 pessoas morreram baleadas por um lunático. Este é considerado o pior massacre ocorrido em escolas nos EUA e deixou os estudantes sobreviventes, seus pais, familiares e amigos em pé-de-guerra contra a lei de vendas de armas vigente no país. Se o objetivo era fazer "marketing de polêmica" para o filme, foi uma péssima decisão mercadológica.

Aliás, o que falta em Desejo de Matar é justamente a polêmica. Se o filme anterior tinha a defesa do vigilantismo e a violência como seus principais temas, este cai em uma tal banalidade que chega a ser surpreendente. Mesmo as cenas violentas não são nem mesmo chocantes. O trabalho de direção do cineasta Eli Roth  (Bata Antes de Entrar) reflete essa banalidade. Aliás, é um trabalho de um cineasta comum, que não vai além do básico, o que acaba por prejudicar o filme e seu elenco.

Bruce Willis é bom ator e já mostrou isso várias vezes seja na franquia de ação Duro de Matar, no drama O Indomável - Assim é Minha Vida (1994) ou na série de TV A Gata e o Rato (1985-1989), que lhe valeu o prêmio Emmy (o Oscar da televisão estadunidense) de Melhor Ator.  Em Desejo de Matar ele está muito contido em um tipo de papel que pede uma interpretação mais emotiva. Porém, o seu carisma, conhecido do grande público, o salva das mancadas de Mr. Roth.

Aos 54 anos de idade, Elisabeth Shue continua linda e excelente atriz (para mim, é alguém cujo talento nunca teve o devido reconhecimento). Pena que ela foi posta em um papel tão curto e ingrato como o de Lucy Kersey. Mr. Roth não sabe mesmo aproveitar os talentos que lhe são oferecidos... 

Camila Morrone é uma novata na indústria do cinema - Desejo de Matar é apenas o seu terceiro filme. Ela é mais conhecida por ser enteada do ator Al Pacino (saga O Poderoso Chefão) e atual namorada de Leonardo DiCaprio (Titanic). Assim como Elisabeth, Camila tem um papel ingrato, embora mais longo do que o de sua colega de elenco. Ela demonstrou algum talento, além da beleza (o que, em si, não ajuda, mas também não atrapalha). Se trabalhar bem a carreira de atriz, poderá ser tão bem sucedida quanto a de modelo.

O restante do elenco também não escapou da ingratidão dos papéis dados por Mr. Roth. O personagem de Vincent D'Onofrio (Jurassic World), Frank, irmão de Paul Kersey, é tão descartável que, se ele desaparecesse repentinamente e sem nenhuma explicação, ninguém sentiria a menor falta. E os detetives de Dean Norris e Kimberly Elise são daqueles que fazem os Keystone's Cops (serie cómica da época do cinema mudo de policiais trapalhões) morrerem de vergonha alheia, pois até para contar piadas são um desastre.

Se Brian Garfield não tinha gostado do roteiro que Wendell Mayes (Monsenhor) fez para o filme original, deve ter tido um princípio de enfarte ao ver o de Joe Carnahan (Esquadrão Classe A) na nova versão e ficado desgostoso em saber como a sua obra foi, novamente, tão mal adaptada.

A fotografia do holandês Rogier Stoffers (Escola de Rock) segue a banalidade de Mr. Roth, assim como a trilha sonora do sueco Ludwig Goranson (Creed, Nascido Para Lutar), tanto que não há nenhum tema que se possa recordar, a não ser a canção Back in Black, da banda de Hard Rock da Austrália AC/DC.

Desejo de Matar é um remake mal-feito, errado e que surgiu em uma hora errada. Ainda assim, é bem capaz de fazer sucesso por aqui (lá fora teve um bilheteria decepcionante, mal recuperou o dinheiro investido), pois, infelizmente, há muitos maus exemplos de figuras públicas como infame candidato a presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, e a, não menos infame, "jornalista" Rachel Sheherazade, que pregam em altos brados, a "filosofia" do "bandido bom é bandido morto". Esse tipo de gente, mais do que Paul Kersey, é quem tem verdadeiro desejo de Matar. Se o alvo desse desejo é inocente ou culpado, é mero detalhe...


FICHA TÉCNICA
  • Título Original: Death Wish
  • Direção: Eli Roth
  • Elenco: Bruce Willis (Paul Kersey), Elisabeth Shue (Lucy Kersey), Camila Morrone (Jordan Kersey), Vincent D'Onofrio (Frank Kersey), Dean Norris (Detetive Kevin Raines), Kimberly Elise (Detetive Leonore Jackson)
  • RoteiroJoe Carnahan
  • Música: Ludwig Goranson
  • Fotografia: Rogier Stoffers
  • Duração: 107 minutos
  • Ano: 2018
  • Lançamento comercial no Brasil: 10/05/2018



       RESUMO DO FILME
Após a sua esposa e filha serem baleadas em um assalto dentro de sua própria casa, Paul Kersey torna-se um vigilante e passa a matar todos os bandidos que cruzam seu caminho.

          COTAÇÃO
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Veja aqui o trailer oficial de Desejo de Matar (dublado - HD):



Publicado no LinkedIn e no AdoroCinema em 10/05/2018.